O mais novo filme da Netflix, The Electric State traz Millie Bobby Brown e Chris Pratt num mundo pós-guerra entre humanos e robôs. A aventura e ficção científica dirigida por Anthony e Joe Russo e escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely. O longa é baseado na história em quadrinhos de mesmo nome de Simon Stålenhag.
Assim, acompanhamos a realidade alternativa dos anos 90, em que os robôs e humanos travam uma guerra e Ethan Skate (Stanley Tucci), um magnata cria trajes mecânicos para garantir a vitória humana. Com isso, as máquinas derrotadas são exiladas em uma região desolada nos Estados Unidos.
Após isso, acompanhamos Michelle (Millie Bobby Brown), uma jovem que perdeu a família num trágico acidente. Entretanto, descobre que seu irmão mais novo se transformou em um robô e juntos começam uma jornada para tentar salvar ele.
The Electric State não traz conexão
The Electric State tem uma história boa, mas não se sustenta para criar uma conexão com os personagens, tanto humanos como robôs. Nesse sentido, temos uma premissa interessante entre essa relação máquina e sociedade, mas o foco acaba se perdendo e não conseguindo fazer uma discussão disso tudo. Assim, o telespectador fica meio perdido com a ideia dos protestos e da guerra travada entre as partes, pois o filme não consegue criar uma conexão para seguirmos essa ideia.
Desse modo, você não consegue sentir compaixão por nenhum dos lados, parece que todos só procuram o seu lado da história e não chegam ao denominador comum. Parece uma discussão e uma crítica vazia sobre a relação entre eles, no início do filme, não temos nem a amostra de como vivem os humanos e máquinas.
Com isso, não dá para entender se existem humanos a favor ou contra os direitos dos robôs. Além disso, a guerra parece somente uma desculpa para criar um “algo maior”. E a carga emocional acaba ficando no limbo e não conversa com o filme, nem mesmo a relação entre Michelle e Christopher (Woody Norman), irmão mais novo, consegue se sustentar.
Não existe o mundo em volta
Nesse sentido, a discussão fica presa a família de Michelle, a empresa e ao ex-soldado. O governo só é citado em pequenos momentos, como se não fosse um dos responsáveis por tudo o que ocorreu. Assim, o mundo parece não acontecer e os três pilares parecem estar apenas pelo acaso, mesmo que Christopher seja o ponto “principal”. A carga do menino não parece ser tão importante até chegar ao final do filme.
Além disso, a explicação para o garoto ser a chave de tudo é completamente jogada para nós e não é uma ideia formada. Sendo assim, The Electric State mostra que Christopher é inteligente, mas só fica no mundo das ideias e não desenvolve esse ponto. É como se jogassem para o telespectador essa informação, e você precisa pensar o quanto ele é esperto.
Personagens sem carisma
Nós vemos diversos personagens durante a trama, mas nenhum deles tem um carisma para o público. Michelle (Millie Bobby Brown) e Christopher (Woody Norman) não conseguem carregar a carga que o filme precisa, entretanto, a culpa maior é da direção do que dos atores. Sendo assim, eles parecem ser boicotados por uma narrativa falha dos diretores.
Bem como, Keats (Chris Pratt) e Herman (Anthony Mackie) tem uma carga maior, e chegamos a ter um ápice com eles. Com isso, no final temos uma emoção entre os personagens, mas o medo da direção não deixou a carga ser ainda maior. Desse modo, Keats e Herman tem seus momentos, mas ficam no raso das emoções. E Chris Pratt acaba fazendo o mesmo papel de quando era o Senhor das Estrelas de Guardiões da Galáxia.
Vale a pena assistir The Electric State?
Dessa forma, The Electric State acaba não trazendo nada de relevante para a sua própria obra, e fica num limbo de aventuras de ficção científica. Assim, tudo que resta para eles é tentar se agarrar no sucesso de Millie Bobby Brown e Chris Pratt, pois o filme só chama a atenção por conta deles.
Nesse sentido, não sou de falar se pode ou não assistir ao filme, pois acredito que todos precisam ver para terem suas opiniões. Entretanto, pode deixar sendo sua última escolha da lista, pois acredito que terá muitos outros filmes na frente. E quem gosta dos atores pode até se entreter com The Electric State, mas nem eles conseguem carregar a história.
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