Quem entra no cinema para assistir ‘Um Filme Minecraft’ definitivamente não está esperando uma obra prima cinematográfica mas, a não ser que você seja um super fã do jogo, é pouco provável que você tenha uma experiência agradável assistindo essa produção.
Estrelado por Jack Black e Jason Momoa, Um Filme Minecraft chega para surfar na onda das adaptações de games para as telas. Com uma proposta inicial que lembra um pouco Jumanji – coincidentemente também estrelado por Black – o longa promete uma imersão em um dos universos mais criativos das telas, mas entrega exatamente o oposto disso.
Um Filme Minecraft nada mais é que um compilado gigantesco de clichês, ideias genéricas mal elaboradas e, claro, muito fan service. Recheado de easter-eggs, as referências podem até ser nostálgicas e divertidas para os grandes fãs dos jogos, mas nem isso consegue salvar um roteiro sem rumo, sem personalidade e, principalmente, sem a criatividade que um projeto como esse precisava para dar certo.
Afinal, o universo sem limitações e onde tudo é possível de Minecraft por si só já abriria margem para a produção de um filme muito mais autêntico e original que esse. Vale ressaltar que não estou falando de questões técnicas, longe disso. O filme, na verdade, conta com um trabalho de CGI bem executado. O problema está realmente no roteiro preguiçoso, personagens mal construídos, diálogos artificiais e um humor que não funciona.

Como de costume, Jack Black interpreta basicamente o mesmo personagem que em 90% de seus outros trabalhos. Nos primeiros minutos de filme, ele despeja tantas informações no espectador que você acha que os créditos já poderiam subir logo ali – e não vou nem entrar no mérito das cenas musicais terríveis.
Garrett Garrison, personagem de Momoa, não promete, muito menos entrega, qualquer tipo de profundidade para a história. Essa “carga emocional” do filme que, teoricamente, era para ficar com os irmãos, Natalie e Henry, é tão superficial que fica deslocada em meio ao enredo. Interpretados por Sebastian Hansen e Emma Myers, os personagens até chegam a mencionar questões como o falecimento da mãe e os problemas com bullying enfrentados pelo caçula na escola, mas os assuntos simplesmente não são desenvolvidos e não contribuem em nada para a narrativa.
Da mesma forma, a personagem Dawn (Danielle Brooks), é outra que fica “sobrando” durante quase todo o filme, sem ter qualquer contribuição real para o desenrolar da história. Até mesmo Jennifer Coolidge com todo o seu carisma não consegue encontrar uma função dentro do enredo, ainda que entregue momentos divertidos, ao menos.
Com muito fan service e um roteiro que parece ter sido gerado por Inteligência Artificial, minha opinião sincera é que Um Filme Minecraft só é uma experiência válida para os super fãs do jogo. Se você quer sentir um pouco de nostalgia e ver os elementos do game nas telonas, vá em frente, mas não espere nada além disso. É uma pena, porque o potencial não explorado desse universo era enorme e foi extremamente subaproveitado.
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