“Uma Mulher Diferente” aborda saúde mental e como é a melhor forma de lidar com os sentimentos
O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 16 de outubro, e protagonizado por Jehnny Beth, que interpreta Katia. A protagonista se descobre autista, e acompanhamos ela aprender a conviver e se entender após o diagnóstico. Assim, a diretora Lola Doillon nos apresenta um novo mundo, e coloca a gente para entender mais sobre o autismo.
Um dos pontos trazidos pelo filme é o diagnóstico tardio que muitas pessoas recebem. De acordo com a OMS, estima-se que 70 milhões de pessoas tenham TEA no mundo, e cerca de 2 milhões só no Brasil. Contudo, a falta de informação ainda é a principal barreira para a inclusão desses indivíduos na sociedade.
Assim, o filme segue nessa direção da protagonista Katia aprender a conviver no mundo após o diagnóstico, enquanto tenta explicar para as pessoas em sua volta.

O diagnóstico tardio e como aprender sobre o autismo
Como fazer a inclusão das pessoas com TEA é um ponto muito importante na discussão da sociedade, principalmente quando temos um mundo dedicado para apenas um grupo. Assim, o filme entra nesse debate e consegue conversar sobre como incluir sem deixar os autistas de fora, Jehnny Beth consegue mostrar como fazer isso. E não ficamos só no mundo das ideias, a personagem Katia transparece para todos como quer ser tratada e como quer ser inserida na sociedade.
Entretanto, vejo que isso também é um problema do filme, já que a atriz não tem diagnóstico de autismo, e certamente há atrizes com TEA. Assim, Jehnny Beth não interpreta de forma estereotipada, e ela estudou para a personagem de acordo com entrevistas, mas enxergo que poderia ser uma forma de incluir colocando a pessoa num papel de destaque, ainda mais sendo sobre algo que é da vivência da pessoa.
Nesse sentido, ainda é uma ótima visão de como é a vida de uma pessoa com autismo e quais as barreiras ela precisa enfrentar no mundo. Bem como, nós saímos daquele estereótipo de como autistas vivem na sociedade, e temos explicações sobre como o mundo enxerga elas.
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Família, amigos e o trabalho para quem tem TEA
“Uma Mulher Diferente” também aborda as dificuldades que a pessoa tem em conversar com as pessoas próximas sobre seu diagnóstico. Assim, a conversa com os familiares sempre é um caminho tempestuoso, desde aqueles que não sabem como agir ou aqueles que negam o diagnóstico da pessoa. Dessa forma, vemos Katia enfrentar essas barreiras e precisar se entender, e ainda trabalhar o ponto com as pessoas próximas.
Nesse sentido, o filme traz muito bem essa discussão e vemos diversas reações das pessoas. Com isso, podemos perceber como é complicado para quem tem TEA, o que elas precisam lidar além dos seus próprios sentimentos e preocupações. A rede de apoio é extremamente importante para muitos, e nesse caso é necessário para a pessoa se sentir pertencente ao mundo.
Assim, o filme mostra a realidade complicada que existe dentro desse espectro e pode ser uma boa forma de aprender sobre. Não é um filme para ensinar como agir, mas um filme para entender as pessoas com TEA.
Vale a pena assistir “Uma Mulher Diferente”
É um filme bom para quem quer entender sobre autismo, mesmo que seja só uma parte do espectro, e ver que o mundo é diferente para as pessoas. Não é um filme para você se descobrir autista, é para você conhecer esse mundo e o que muitos passam no dia a dia.
“Uma Mulher Diferente” ensina e mostra todas as vivências, mas é mais sobre quem está no espectro do que um filme para ensinar alguém sobre. Assim, veja para conhecer um pouco mais sobre o espectro autista e como as pessoas tem muitas questões para lidar, principalmente de quem não entende ou não quer entender.
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Imagem de capa: Divulgação/Autoral Filmes