Vencer ou Morrer narra uma história real sobre camponeses franceses que, durante a Revolução Francesa, foram à guerra para defender seus ideais, enquanto enfrentavam dura perseguição religiosa.

O longa francês de 2023 é escrito e dirigido por Vincent Mottez, com co-direção de Paul Mignot.

Sobre Vencer ou Morrer

O filme conta a verdadeira história de François de Charette (interpretado por Hugo Becker) e do povo da Vendéia, que, em plena Revolução Francesa, resistiram bravamente à perseguição religiosa em defesa da fé católica, da liberdade de consciência e da vida comunitária.

A produção retrata a força espiritual de famílias camponesas unidas sob o símbolo do Sagrado Coração de Jesus, ícone marcante de uma das maiores expressões de fidelidade cristã na história da Europa.

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Até onde alguém iria pelo direito de professar sua fé livremente?

Com cerca de duas horas de duração, o longa apresenta pontos positivos desde a abertura. Dessa forma, o protagonista surge logo na primeira cena, iniciando a narrativa sobre sua própria trajetória e a do povo pelo qual foi à guerra.

Charette, antes general da Marinha, retorna à França sem intenção de lutar novamente — especialmente em batalhas em terra firme, já que estava habituado ao combate naval. Esse início também revela seu lado humano e paternal, ao interagir com seu bebê de menos de um ano.

Enquanto isso, os camponeses enfrentavam a convocação forçada para lutar pelo império francês, por meio de um sorteio injusto. A tensão cresce até que, após uma discussão, o filho de um dos camponeses é morto — evento que dá início ao movimento de resistência e à tomada de posição do povo.

No decorrer da trama, vemos a transformação de François de Charette, que assume o comando do exército camponês ao lado de velhos aliados. Embora inexperientes na guerra, os homens estavam dispostos a morrer pela fé católica.

Sob seu comando, o grupo conquista vitórias surpreendentes contra o poderoso exército francês, com táticas inteligentes e coragem notável.

Representatividade feminina e espiritualidade

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Entre os elementos que chamam atenção, está a representatividade feminina: duas personagens se destacam na luta armada, empunhando espadas e disparando armas, contrariando estereótipos.Outro destaque é a presença de um sacerdote, que acompanha o grupo e oferece apoio espiritual, inclusive ouvindo a confissão de Charette. Em diversos momentos, ele se mostra crítico à violência da guerra, evidenciando os dilemas morais da época.

Autenticidade histórica e qualidade técnica

Filmado nos próprios locais onde os eventos ocorreram, o longa impressiona pela fidelidade histórica e pela estética cinematográfica. Os temas abordados — fé, liberdade, resistência e identidade — são profundamente humanos e espirituais.A direção de Mottez e Mignot recria a Revolução Francesa com atenção aos detalhes, desde as cores dos uniformes até os trajes camponeses. Um símbolo recorrente é a pena branca no chapéu de Charette, que o tornava alvo fácil, mas que ele se recusava a remover por representar sua identidade e patente naval.

Outro detalhe marcante é o emblema do Sagrado Coração de Jesus, usado pelos combatentes costurados em tecido. As locações também reforçam o realismo: muitas cenas foram gravadas exatamente nos lugares dos confrontos históricos.

A trama ainda menciona eventos históricos reais, como a execução de Luís XVI, que alimentou a revolta popular contra o novo regime.

Vale a pena assistir Vencer ou Morrer?

Sim! O filme é uma poderosa reconstrução de um episódio marcante da história francesa, com boas cenas de guerrilha e reflexões sobre fé, resistência e perseverança. Mesmo sendo centrado na luta católica, oferece uma lição universal sobre a coragem de lutar por aquilo em que se acredita.

Por fim, Vencer ou Morrer estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 5 de junho.