Dexter: Ressurreição mistura nostalgia, sangue e convidados de peso em Nova York, onde o anti-herói tenta vigiar o próprio filho e saciar sua sede por justiça

Quase duas décadas após sua estreia, Dexter ainda encontra maneiras de se reinventar, e matar. Dexter: Ressurreição, novo spin-off da franquia, estreia com a promessa de unir o melhor das fases anteriores: o cinismo eficiente da série original, os acertos de New Blood e o impulso por renovar narrativas.

O resultado, pelo menos nos dois primeiros episódios lançados hoje (11), é sombrio, estiloso e mais envolvente do que muitos esperavam.

Primeiras impressões - Dexter Ressureição.
Nova York é o novo cenário para o retorno do serial killer mais carismático da TV | Foto: Paramount+/Divulgação

Dexter chega em Nova York com sede de justiça

Sob o comando de Clyde Phillips, showrunner veterano da franquia, a nova temporada transporta Dexter Morgan (Michael C. Hall) para Nova York. Oficialmente morto (mas nem tanto) desde New Blood, o serial killer ressurge agora sob o pretexto de vigiar Harrison (Jack Alcott), seu filho, à distância.

Mas é claro que Dexter não consegue evitar seu impulso homicida por muito tempo, principalmente ao descobrir que há uma nova leva de psicopatas à solta.

Harrison tenta levar uma vida comum como manobrista em um hotel. No entanto, ao se deparar com um hóspede que é um predador sexual, volta a sentir o impulso por justiça.

Primeiras impressões da série Dexter Ressureição
Dexter tenta se controlar, mas o instinto assassino fala mais alto | Foto: Zach Dilgard/Paramount+

Dexter: Ressurreição traz de volta rostos do passado e eleva o impacto visual

Com participações especiais de nomes como Uma Thurman, Neil Patrick Harris, David Dastmalchian e Krysten Ritter, Ressurreição se destaca pelo elenco convidado afiado e pela construção visual perturbadora.

A cinematografia aposta em cores que mesclam sofisticação e desconforto, verdes, dourados e vermelhos que, mesmo sem sangue à mostra, sugerem carnificina emocional.

Além disso, Harry (James Remar), que segue como a “voz da razão” de Dexter. E mais, o episódio de estreia surpreende ao trazer de volta, em visões, personagens marcantes da série original, como Arthur Mitchell (o Trinity Killer), Miguel Prado e James Doakes, três das vítimas mais icônicas de Dexter. Essas aparições reforçam o peso psicológico que o protagonista ainda carrega.

Angel Batista (David Zayas) também reaparece em carne e osso, agora mais desconfiado do que nunca. O delegado Teddy Reed (David Magidoff), que atuava como policial em New Blood, também está de volta. Ele é um dos poucos rostos familiares ainda vivos no universo da série.

Primeiras impressões da nova série
Ressurreição equilibra nostalgia, suspense e uma nova leva de psicopatas | Foto: Paramount+/Divulgação

Dexter encara detetives afiados e dilemas antigos

A grande novidade está em como a polícia de Nova York injeta novo fôlego à dinâmica de investigação, especialmente com a detetive Claudette Wallace (Kadia Saraf), que investiga ao som dos Bee Gees e com uma precisão que contrasta com os tropeços da antiga força-tarefa de Miami.

Entre diálogos ácidos, ironia fina e um desfile de serial killers excêntricos, Dexter: Ressurreição flerta com o absurdo, mas mantém coerência narrativa e senso de estilo. E ainda deixa a dúvida: quem está realmente no controle, o monstro, o pai, ou o espectador?

A série estreou hoje no Brasil com os dois primeiros episódios já disponíveis. Novos capítulos serão lançados sempre às sextas-feiras.

Imagem de capa: Paramount+/Divulgação