Criado pela Unesco em 1967, o Dia Mundial da Alfabetização é celebrado em 8 de setembro. A data tem como objetivo chamar a atenção sobre os índices de analfabetismo no mundo.
Apesar dos avanços registrados nas últimas décadas, o Brasil ainda convive com uma realidade preocupante. De acordo com o IBGE, em 2024 o país registrou taxa de 5,3% de analfabetismo, o que significa mais de 9 milhões de pessoas sem acesso à leitura e à escrita.
Sendo assim, a data não só celebra conquistas, mas também reforça a urgência de ampliar políticas públicas e iniciativas voltadas para o letramento, especialmente durante a primeira infância. É nessa etapa da vida que o contato com a literatura pode abrir caminhos para um futuro mais inclusivo, crítico e criativo.
Alfabetização além da escola

Crédito: William Fortunato
Para Laura Vecchioli, coordenadora de Literatura e Informativos do Editorial de Educação Básica da SOMOS Literatura, alfabetizar vai muito além de decodificar palavras. “A alfabetização é um passo para que as crianças consigam compreender o mundo em que vivem e se expressar. Com esse aprendizado, podem desenvolver demais competências como a interpretação de textos e o raciocínio crítico”, afirma.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o ensino formal da leitura e da escrita deve ocorrer até o 2º ano do Ensino Fundamental. Dessa forma, o contato com os livros auxilia na formação do vocabulário, na construção de repertório cultural e na formação da imaginação.
Dicas para aproximar crianças do universo da leitura
Vecchioli reforça ainda que o incentivo à leitura deve começar cedo e, principalmente, também ser trabalhado fora da sala de aula. A coordenadora explica que é importante criar um ambiente atrativo ao introduzir as crianças ao mundo da literatura. “O que pode ocorrer por meio de atividades lúdicas, rodas de leitura e até contações ou encenações das próprias histórias”, conclui.
Confira 4 dicas de Laura Vecchioli para despertar o gosto pela leitura nos pequenos:
1- Monte um cantinho de leitura
Seja em casa, seja na escola, um ambiente confortável pode fazer toda a diferença na hora da leitura.
Use bancos, almofadas e prateleiras coloridas para chamar a atenção e atrair as crianças. Além disso, separar uma caixinha com bonecos e fantoches pode ajudar a aflorar a imaginação delas durante a leitura. Mas é importante que esse cantinho seja acessível às crianças, com os livros dispostos de maneira que elas possam pegá-los quando quiserem.
2 – Selecione livros adequados à faixa etária
Para esse período de introdução, é importante selecionar obras convidativas e de fácil interpretação. Livros ilustrados, preferencialmente escritos em letras maiúsculas e com diálogos curtos ou até mesmo interativos são boas opções para esse primeiro contato. Laura Vecchioli ainda explica que:
Ao ter contato com livros adequados, a criança começa a se familiarizar com esse objeto, que passa a despertar interesse por suas cores e formas. Esse primeiro encantamento pode abrir caminho para que, no futuro, ela se aventure em leituras mais complexas.
Leia também: Dia do Folclore: como as lendas brasileiras influenciam a literatura infantil
3 – Transforme a leitura em brincadeira
Para competir com o apelo das telas, é preciso criatividade. Encenações com fantoches, fantasias e até teatro improvisado prendem a atenção das crianças.
Depois da história, que tal pedir que façam um desenho inspirado na narrativa? Além de divertido, o exercício estimula a criatividade, a expressão de sentimentos e o hábito de imaginar novas possibilidades.
4 – Crie debates e rodas de leitura
Por fim, a leitura não precisa terminar na última página.
Incentive as crianças a compartilharem o que sentiram e pensaram sobre a história. Uma conversa, logo após a leitura em voz alta, ajuda a desenvolver o pensamento crítico e a escuta ativa — além de abrir espaço para perguntas e ideias que talvez não surgissem sozinhas.
Conheça a SOMOS Literatura
O hábito da leitura, quando incentivado desde cedo, ultrapassa o aprendizado formal. Além disso, ajuda a formar leitores mais críticos, capazes de compreender e questionar o mundo em que vivem.
A SOMOS Literatura, unidade da SOMOS Educação, atua nesse sentido com um catálogo que ultrapassa 1,6 mil obras e reúne mais de 500 autores de diferentes gêneros.
Os livros, publicados pelos selos Ática, Atual, Caramelo, Formato, Saraiva e Scipione, fazem parte de um trabalho que busca nutrir o contato com a literatura desde a infância. A iniciativa também se reflete no portal Coletivo Leitor, criado para difundir a importância da leitura e estimular a criatividade e a empatia.
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Imagem de capa: Reprodução