Ariani Castelo concedeu uma entrevista ao GeekPop News sobre seu livro de estreia: “O Abismo de Celina”. A obra é um romance fantástico e, ao mesmo tempo um terror sobrenatural. Conta a história de Celina, uma mulher que acorda em um lugar desconhecido e sem memórias, descobre que vai ter que enfrentar muitos desafios para descobrir como chegou ao abismo e principalmente para tentar sair de lá. O livro até agora foi um grande sucesso de vendas na Amazon e recentemente teve seus direitos adquiridos pela Editora Rocco.

Confira a entrevista com Ariani Castelo: 

Você poderia se apresentar para os nossos leitores?

Olá, pessoal! Bom, eu me chamo Ariani Castelo (Ari, para os íntimos), e estou muito feliz em falar com vocês. Sou graduada em Letras e vivi anos incríveis na UFRJ, onde construí repertórios importantes para minha carreira como autora. 

Porém, a escrita surgiu para mim ainda na infância, o que eu acho maravilhoso, pois pude soltar a criatividade de um jeito leve — sem as “amarras” das técnicas ou do desejo pela perfeição.

Não me entendam mal. Como escritora, acredito que devo buscar a melhor versão possível para as histórias que trago ao mundo, o que envolve muitas releituras, edições e revisões. No entanto, sinto que o contato inicial com a escrita é muito vulnerável, e por isso fico feliz de ter tido liberdade para viver esse processo. 

De onde veio a inspiração para escrever uma história tão fantástica e complexa como “O Abismo de Celina”? 

A morte é um tema que intriga a todos nós, não é? Pode significar misericórdia ou um adeus doloroso. É algo complexo — algo sobre o qual a maioria das pessoas não gosta de falar, convenhamos. Eu mesma não sou tão chegada ao assunto, mas não pude evitá-lo depois do falecimento da minha avó. 

Porém, a ideia mesmo veio em um dia qualquer, enquanto ouvia uma música, pensei: “E se a morte fosse um homem? E se humanos tivessem que vencer seus jogos para seguir em frente?”. Depois disso, por mais que pareça mentira, todo o enredo da história se desenvolveu na minha cabeça, inclusive eu já sabia o final mesmo antes de começar a escrever. Acredita? 

Celina parece ser uma protagonista forte, uma verdadeira heroína. Em quem você se inspirou para criá-la? Você se identifica com ela? 

Uau, a Celina é definitivamente a heroína da própria história. Muitas vezes, nós relacionamos o heroísmo com pessoas intocáveis, sempre muito fortes e inabaláveis. Celina, por outro lado, tem suas imperfeições e vulnerabilidades, sendo bem humana. Para criá-la, eu me inspirei em Odilon Redon, um pintor francês com o qual Celina compartilha algumas características. 

Por exemplo, Redon se sentia tranquilo na companhia de cores alegres, e ela é uma artista que se sente da mesma forma. Além disso, eu me identifico, sim, com algumas de suas partes. Posso citar seu amor pela arte e pelo bichinho de estimação, assim como a dificuldade em lidar com certas emoções. 

Um dos pontos altos do livro é o embate com a morte. Você acha dar um rosto a ela, faz deixar de lado o medo da morte? Saber que podemos enfrentá-la? 

Nossa, eu amo o embate da Celina com a Morte (ou Odilon)! Acredito que dar um rosto e várias emoções complexas humaniza, sim, um pouco esse homem tão temido na narrativa. E, sim, talvez você deixe esse seu medo de lado quando conhecer uma face mais charmosa da Morte (risos). Sobre enfrentá-la, não sei se é seguro dizer que podemos fazer isso (menos ainda que podemos vencê-la), mas com certeza podemos tentar. Afinal, é isso que a Celina, entre sentimentos confusos e desafios mortais, vai buscar! 

Se você estivesse no lugar de Celina, qual seria sua estratégia para sair do abismo? 

Que pergunta difícil! Bom… provavelmente eu manteria em mente quem é o verdadeiro inimigo e tentaria não me deixar abalar tanto pelos outros jogadores.

O livro passa uma mensagem que precisamos confiar em nós mesmos e não nos outros? 

É complicado falar sobre uma mensagem específica porque, desde que esse livro foi lançado, cada leitor me conta algo diferente. Porém, sobre confiança, a Celina encontra muita força em si mesma ao longo dos jogos, mas o livro também ressalta que está tudo bem, ser vulnerável e pedir ajuda. Às vezes, essa é a atitude mais corajosa que alguém pode tomar.

Sem dar spoiler para quem ainda não leu. Qual é a principal lição que Celina vai aprender nessa jornada?

 A Celina aprende a encontrar beleza em lugares que antes julgava e a abraçar todos os seus lados: mesmo aqueles que evitava olhar quando estava diante do espelho. 

Agora voltando a falar de você. Está trabalhando em um novo projeto? Pretende ir para outros gêneros literários?

Estou muito empolgada com o futuro! No momento, estou trabalhando em uma fantasia que se passa no Rio de Janeiro (e é só o que posso falar!). No mais, ainda tenho muito para explorar no universo da fantasia, então não pretendo deixá-lo tão cedo.