A personagem Pilar completa 25 anos e ganha um live-action em 2026
Flávia Lins e Silva é roteirista e escritora, com uma carreira marcada por sucessos na literatura, televisão e cinema, especialmente entre o público infantojuvenil. Entre suas criações mais conhecidas estão Diário de Pilar e os Detetives do Prédio Azul (D.P.A).
Aliás, o momento é de celebração para ambas as franquias. Em 2026, a personagem Pilar completa 25 anos e ganhará seu primeiro live-action, O Diário de Pilar na Amazônia, com estreia prevista para 15 de janeiro de 2026. Enquanto isso, a série televisiva dos detetives comemora 14 anos no ar e lança o quarto filme da saga. D.P.A. 4 – O Fantástico Reino de Ondion chega aos cinemas em 4 de dezembro de 2025.
Flávia também escreveu mais de dez livros e suas obras receberam traduções para diversos idiomas. Além disso, suas histórias ganharam adaptações para o cinema, televisão e teatro.
Assim, em entrevista exclusiva ao GeekPop News, a autora refletiu sobre o alcance de suas criações e revelou bastidores e novidades das duas franquias.
Pilar nas telonas
Após ganhar versões no teatro e na animação, Pilar chega agora aos cinemas brasileiros. Flávia contou como foi o processo de adaptação de “O Diário de Pilar na Amazônia”. O longa é uma coprodução da Conspiração com a Star Original Productions, selo da The Walt Disney Company.
“Pilar já passou por várias carinhas no livro, vários formatos. Já adaptei para animação e teatro (…). A Conspiração e a Disney, numa coprodução, resolveram fazer a Pilar na Amazônia e fiquei muito animada. Fomos fazer pesquisa de locação e tivemos o desafio de começar pela Amazônia, e não pela Grécia, que é o primeiro livro. Então, algumas coisas tiveram que ser adaptadas, mas também sempre entendo que uma adaptação é uma outra maneira de contar aquela história, e eu estou muito satisfeita, muito feliz. O filme está belíssimo!”
Além disso, Lins e Silva também comentou como foi o processo de escolha do elenco e a emoção de ver sua personagem ganhar vida no cinema, com a atriz Lina Flor.
“É super difícil. Eles fazem uma pré-seleção e vão mandando os finalistas. E realmente todo mundo adorou a Lina Flor quando apareceu, ela é muito boa, uma graça. É filha de atores também, então acho que já cresceu no teatro. Mas foi disputado, tinha muita gente boa concorrendo. Ela está muito bem no papel, estou muito satisfeita. Eu brinco que é uma sensação ‘Gepeto Feelings’, assim, quando o Pinóquio ganha vida pela Fada Azul. Agora está um pouco assim ‘Ai meu Deus, a Pilar ganhou vida’, porque tem uma carinha, é carne e osso, mas está lindo, uma graça.”
25 anos de Pilar: como continuar criando e conquistando novas gerações
O próximo livro da franquia, Diário de Pilar em Portugal, já está em produção. Depois de mais de duas décadas escrevendo livros sobre a personagem, Flávia conta como encontra novas tramas e lida com o desafio de alcançar novas gerações. Ademais, a roteirista também explica o papel das viagens por outros países nas narrativas sobre a garota.
“É muito bacana, porque você vai escrevendo a história e vão aparecendo coisas que te movem. Primeiro, a Pilar tinha uma busca pelo pai (…). Mas, a partir da Índia, ela tem uma revelação incrível e a família se amplia. Agora ela busca família pelo mundo. Então, foi muito bacana mudar a motivação e achar outras maneiras de viajar, sempre pela rede mágica e em busca de mitologias. Em todos os países e histórias antigas dessas culturas. E é interminável, né? Porque todo país tem seus mitos e suas culturas, eu posso ficar até velhinha escrevendo. Adoro escrever a Pilar, me divirto com ela.”
A autora também reflete sobre como suas obras permanecem vivas na memória de seus leitores, bem como a importância de apresentar novas culturas para seu público.
“Volta e meia eu recebo um e-mail de uma menina de 18 ou 20 anos falando ‘Cheguei a Machu Picchu, era meu sonho desde que eu li a Pilar’. Eu fico numa alegria, falo ‘Que delícia, né?’. Ampliaram os horizontes, quiseram conhecer o mundo.”
A importância da Amazônia no trabalho de Lins e Silva
Entre os diversos cenários explorados em suas obras, a Amazônia ocupa um lugar especial na carreira e na vida pessoal da escritora. Aliás, o live-action de Pilar será ambientado na floresta.
“Com a Pilar na Amazônia, eu espero que queiram conhecer a Amazônia, o Brasil precisa conhecer a Amazônia. Para defender, a gente tem que amar, e para amar, tem que conhecer de perto. Eu acho que todo brasileiro devia mergulhar nas águas amazônicas e se encantar com elas. Eu já escrevi muitos livros passados na Amazônia, ‘Mururu no Amazonas’, que é premiado, o ‘Depois do Fim’, que saiu pela Editora VR no ano passado, e estou escrevendo mais um agora. É um tema que me apaixona. Tem tanta história, você chega na Amazônia e sai com uma história nova, porque é tão rico aquele mundo.”
“D.P.A.”: o que esperar do quarto filme da franquia
“D.P.A. 4 – O Fantástico Reino de Ondion” estreia em 4 de dezembro e Flávia adiantou o que o público pode esperar desta nova aventura:
“A gente passou quase 14 anos falando de ‘Ondion’, esse reino mágico e imaginário, e agora, finalmente, vão todos para lá. (…) É um filme de aventura e mistério. São os 10 mil anos da Vó Berta e vão todos para lá, mas tem um perigo acontecendo e os detetives percebem. Um deles some e eles vão atrás do amigo, o Max. (…) Eu adoro escrever os detetives, é um prazer.”
Além disso, Lins e Silva também destaca a relação do público com a obra, que se torna o “quarto detetive”:
“Eu acho que os detetives fazem o telespectador (…) querer brincar de ser detetive, de descobrir, de estar atento ao mundo e às pistas, atento ao que não é dito.”
Livros de “D.P.A” exploram histórias não contadas na série e nos filmes
Ademais, a autora explicou que os livros dos “Detetives do Prédio Azul” trazem histórias que não foram contadas nas telas. Após a estreia da série, Flávia quis expandir o universo dos personagens.
“Eles me chamaram, o canal [Gloob] ia estrear e tinha um orçamento muito apertadinho, então eu criei esse mundo dentro de um prédio para caber nesse orçamento inicial. Não deu tempo de escrever o livro antes, eu fiz direto a série. Depois, escrevi os livros onde eu conto histórias que não estão na série. O ‘Primeiros Casos’ tem a história de como o Severino chegou no prédio. O livro ‘Os Mistérios de Mila’ conta muito do passado dela, da mãe. (…) São sempre histórias originais quando eu faço o livro, não são as mesmas do roteiro, são totalmente diferentes.”
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Confira a entrevista completa com Flávia Lins e Silva no YouTube
Imagem de capa: Adaptação (Agência TZM/@starsistributionbr/@dpa_ofilme)
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