Primeiramente, conte um pouco sobre você.
Sou publicitária e trabalho como redatora em uma agência. Tenho 26, um gato e um cachorro, e sou completamente apaixonada por literatura, viagens e filmes de terror de qualidade duvidosa.
Como a escrita se tornou uma paixão presente na sua vida?
Comecei a ter vontade de escrever depois de ler todos os livros de Harry Potter, quando tinha 12 anos. Meu primeiro “livro”, inclusive, foi uma fanfic de Harry Potter. Desde então, minha maior paixão é contar histórias.
Sobre o livro “Meu Gato Me Odeia”, o que você pode introduzir sobre ele? O que as pessoas poderão encontrar ao terem contato com essa leitura?
Essa é uma obra de autodescoberta da sexualidade e fala, principalmente, como o apoio dos pais é importante para os jovens que se descobrem parte da comunidade LGBTQIAP+. A protagonista é uma garota que também está fazendo acompanhamento profissional para tratar de sua depressão e no livro é mostrado a importância de ter o apoio de uma psicóloga em todos os esses momentos.
O que te inspirou a desenvolver essa narrativa? Conta um pouco sobre o que você pretendia durante esse processo de desenvolver a história.
Eu queria dar força aos jovens que também estão lutando com a depressão, e mostrar que recaídas acontecem, mas redes de apoio e ajuda profissional são de extrema importância para cuidarem de suas saúdes mentais. Também queria poder trazer representatividade àqueles que ainda não conseguiram definir sua sexualidade. É um livro sobre autodescoberta que pode acalmar o coração e a mente de muitos adolescentes. Mas, principalmente, queria mostrar aos pais a dor que eles causam aos filhos LGBTQIAP+ quando não estão abertos a sequer conversarem sobre todas as diversas formas de sexualidade e definição de gênero.
O assunto abordado se revela de extrema relevância, pensando pela perspectiva de que tem uma questão muito forte de identificação e representatividade. Você quis deixar esse elemento em evidência? Como isso se desenrolou conforme a escrita? Tem outros pontos que você focou durante a narrativa e que quis de fato trazer uma reflexão sobre o assunto? Quais pontos?
Sim, afinal, um dos plots do livro é a Sâmia se descobrindo lésbica. Escolhi trazer essa descoberta com o início de uma nova paixão, que só acontece, de fato, porque Sâmia ganha um gato e precisa levá-lo até o pet shop. É lá que ela conhece Bruna e é a partir desse relacionamento entre Sâmia, Bruna e o Tirano (o gato) que elas vão se aproximando. Também quis deixar claro que ser lésbica, ou fazer parte da comunidade no geral, não é sinônimo de doenças mentais ou “falta de Deus”, como muitos tendem a acreditar. E isso, inclusive, é retratado no livro.
Você tem mais planos futuros dentro da carreira como escritora? Pode compartilhar um pouco desses planos conosco?
O que não falta é livro para eu publicar! Tenho alguns trabalhos em revisão, outros que estou escrevendo. Todos contarão com protagonismo LGBTQIAP+. O que posso garantir com certeza é que Meu Gato Me Odeia terá uma continuação prevista para 2023.
Tem mais alguma coisa sobre você e/ou sobre seu trabalho que você gostaria de acrescentar?
Comecei a focar em histórias com romance sáfico porque foi através delas que me descobri uma mulher bissexual. Por isso, sei da importância de ter esse protagonismo na literatura.
O que você diria para quem quer começar a escrever, mas ainda não se sentiu motivado para começar?
Vai soar estranho, mas coloque a primeira palavra no papel. Escreva sua ideia como se fosse um grande rascunho, um resumão mesmo. Quando você tira a ideia da cabeça, começa a se sentir mais motivado a continuar com ela. Sei porque isso já me ajudou várias vezes!
E se quiserem saber mais sobre o seu trabalho, quais as plataformas e meios de te encontrar?
Estou presente em todas as redes sociais como @jurietjens. Adoro receber mensagens de leitores e estou sempre conversando com eles pelo Instagram ou pelo Twitter.