Recentemente, entrevistamos Pedro Sguario, autor de A Figueira. Com apenas 19 anos, o estudante de medicina transformou o período intenso de preparação para o vestibular em inspiração para sua primeira obra literária. O livro nasceu como uma forma de respiro em meio à rotina de estudos. O que começou como um refúgio acabou se tornando um mergulho profundo nas emoções humanas e nas complexidades da mente.

Ambientado em um hospital psiquiátrico, o romance então acompanha a história de duas jovens, Alice e Maria Amélia. Após passarem por situações traumáticas, a vida acaba levando as duas à mesma instituição. Assim, unidas pelo desejo de liberdade e pela dor compartilhada, elas decidem elaborar um plano de fuga. A partir dessa jornada, Pedro conduz o leitor a refletir sobre os limites entre sanidade e loucura, liberdade e confinamento, corpo e mente.

A Figueira

Segundo Pedro, Amy Winehouse foi o ponto de partida para a criação da obra. “Apesar de não ter recebido um diagnóstico em vida, ela é tida como alguém com transtorno de personalidade borderline, algo que explorei no livro”, explica o autor. Ele conta ainda que o processo de escrita mudou sua forma de compreender a relação entre o corpo e a mente:

“Comecei a observar o corpo como uma própria prisão, em relação aos traumas, somos presos à nossa própria vida, então a incapacidade de sair de si é o que faz com que estejamos presos ao sentimento. Mas, ao mesmo tempo, nosso corpo é a nossa conexão com a realidade e a forma que a gente tem inclusive de deixar a mente de lado e se conectar com o mundo”, afirma Pedro.

A Figueira” é uma obra intensa, profunda e sensível, que convida o leitor a encarar o sofrimento humano de forma honesta. Por meio de uma narrativa emocionalmente densa, Pedro aborda a dor, o isolamento e a busca por sentido, mostrando que, mesmo nas experiências mais sombrias, há espaço para o reencontro e a transformação.

Segundo o autor, “o livro é pesado, mas é sobre a transformação e atinge o emocional de forma que permite uma nova visão.”

Confira a entrevista completa aqui:

Crédito: Divulgação