O Brasil perdeu ontem (22), um de seus maiores nomes da educação. Aos 97 anos, morreu Evanildo Bechara, gramático, filólogo e imortal da ABL. Ele estava internado no Hospital Placi, em Botafogo, no Rio de Janeiro, e morreu por falência múltipla de órgãos. O velório será na Academia Brasileira de Letras.

Nascido em 1928, no Recife, Bechara mudou-se ainda jovem para o Rio, onde encontrou o caminho da linguagem e da educação. De antemão, aos 17 anos, já escrevia ensaios sobre linguística. Nesse sentido, estudou Letras na atual Uerj e aprofundou-se em Filologia Românica, na Espanha.

Sua trajetória como educador brilhou em instituições como Uerj, UFF e PUC-RJ. Em seguida, lecionou nas universidades de Coimbra e de Colônia. Bechara ocupava a Cadeira 33 da ABL desde 2001, sucedendo Afrânio Coutinho. Lá, fortaleceu os estudos linguísticos e atuou como dirigente.

Foi então, orientador de mestres, doutores e acadêmicos e em suas obras, a paixão pela norma culta convive com o respeito à língua viva. Assim, entre seus livros mais conhecidos estão Moderna Gramática Portuguesa, Lições de Português pela Análise Sintática e Primeiros Ensaios sobre Língua Portuguesa.

Publicou centenas de artigos e participou de bancas, conselhos e revistas científicas. Coordenou coleções e defendeu a reforma ortográfica. Recebeu títulos, medalhas e homenagens em vida. Em 2004 e 2005, foi eleito uma das dez personalidades educacionais do Brasil.

Membro da Academia Brasileira de Filologia, foi também reconhecido internacionalmente, como na Academia das Ciências de Lisboa. Por fim, seu legado atravessa fronteiras e Bechara escreveu com rigor, ensinou com paixão e inspirou gerações com sua devoção à língua portuguesa.