Filmes de terror são muitas vezes marcados por sua trilha sonora. Os sons muitas vezes horripilantes são o cartão de visita de grandes filmes e franquias como: Halloween, Sexta-feira 13 entre outros clássicos.
Esse impacto não é por acaso. A junção de sons desconfortantes, ruídos inquietantes e cenas visualmente perturbadoras ativam nossos medos e nos deixam em estado de alerta.
Por isso, o Geek Pop News, separou uma lista de filmes de terror com trilha sonora aterrorizante que marcaram o cinema.
O Som e o Terror
Já é comprovado, tanto pelo sucesso dos filmes de terror quanto por diversas pesquisas, que as trilhas sonoras influenciam diretamente na experiência dos espectadores. Estudos sobre o efeito da música e dos sons no emocional de quem assiste confirmam esse impacto.
Um som bem executado pode ser utilizado para criar suspense, combinando paisagens sonoras com cenários que provocam uma sensação de desconforto — mesmo que, visualmente, nada esteja acontecendo na tela. Isso gera um sentimento de alerta, pressentimento e preservação.
Outro recurso bastante utilizado são os jumpscares: sons altos e repentinos que assustam o público, principalmente quando aparecem acompanhados de imagens impactantes, ampliando ainda mais o efeito do susto.
Da mesma forma, o próprio silêncio pode ser um elemento igualmente assustador. Ele intensifica a tensão, criando uma expectativa crescente sempre que se percebe que algum som — e, consequentemente, algum acontecimento — está prestes a surgir em cena.
Principais instrumentos usados em trilhas de terror

Para fazer uma cena de terror bem executada são necessários instrumentos capazes de causar o efeito desejado. Porém, não são utilizados apenas instrumentos já conhecidos, como violinos e pianos.A
Muitos compositores podem escolher instrumentos não convencionais ou até mesmo os instrumentos eletrônicos. Assim como instrumento criados para dar o efeito necessário.
Confira:
Cordas (Violinos, Violas, Violoncelos, Contrabaixos)
Técnicas:
- Glissando (arrastar o arco pelas cordas criando sons ascendentes ou descendentes).
- Tremolo (rápida repetição da mesma nota, cria tensão).
- Sul ponticello (arco próximo ao cavalete, produz som metálico e estridente).
Piano
Usado tanto com melodias simples e repetitivas quanto preparado (objetos inseridos nas cordas para sons distorcidos).
Metais (Trompas, Trompetes, Tubas)
- Usados em ataques sonoros bruscos (stingers) ou para criar uma sensação de grandiosidade opressiva.
- Sons graves e dissonantes aumentam o desconforto.
Percussão Orquestral e Experimental
- Tímpanos, bombos, tam-tams, gongos.
- Sons metálicos, batidas surdas, reverberações, especialmente em momentos de susto ou tensão crescente.
Instrumentos de Efeito / Experimentais
- Waterphone: Um dos sons mais icônicos do terror. Produz sons agudos, metálicos, e vibrantes, como gritos fantasmagóricos.
- Cristal Baschet: Estrutura metálica que gera sons etéreos e inquietantes.
- Theremin: Usado para criar sons fantasmagóricos, muito comum no terror clássico dos anos 1950 e 1960.
Eletrônicos e Sintetizadores
- Sons graves, drones, ruídos distorcidos, reverberações infinitas.
- Os sintetizadores modulares são usados para criar sons que imitam sensações físicas (enjoo, pressão, vertigem).
Sopros Graves
Fagote, clarone, saxofones graves são usados para criar camadas de sons obscuros, distorcidos e texturizados.
Sons Não Musicais (Foley e Ambiência)
Sons de objetos quebrando, vento, portas rangendo, respirações, sons de ossos, metal raspando, gritos processados eletronicamente.
Muitas trilhas de terror misturam música e design sonoro
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Filmes de terror com trilhas sonoras de arrepiar
Enfim, agora que você já sabe como a trilha sonora influencia os filmes de terror e quais instrumentos são usados para construir cenas icônicas e apavorantes, chegou a hora de conhecer uma lista com 6 filmes de terror que têm trilhas sonoras absolutamente impactantes:
A Noiva de Frankenstein — 1935

O filme sobre a noiva do monstro mais conhecido da história foi um marco no cinema, sendo o primeiro a utilizar a trilha sonora não só como efeito, mas também como elemento narrativo.
O compositor Franz Waxman criou uma trilha sofisticada, desenvolvendo temas específicos para cada personagem. Waxman utilizou técnicas da música clássica, operística e dramática, ajudando a transformar o filme em uma experiência mais teatral, emocionante e imersiva.
Halloween — 1978

John Carpenter, além de dirigir, também criou a trilha sonora icônica de Halloween, que acompanha o implacável assassino Michael Myers.
Dessa forma, a trilha é minimalista, hipnótica e absolutamente perturbadora. O tema em piano, simples, mas incessante, se tornou um dos sons mais assustadores e reconhecíveis do cinema, capaz de gerar tensão desde os primeiros segundos.
Sexta-feira 13 — 1980

A trilha sonora, criada por Harry Manfredini, também faz parte do imaginário de qualquer fã de terror dos anos 80. Ele usou como base a frase “Kill her, mommy”, dita por Pamela Voorhees (mãe de Jason) no clímax do filme.
Primeiramente, Manfredini gravou sua própria voz repetindo os sons “Ki Ki Ki Ma Ma Ma”, distorcendo com eco, reverberação e atraso para criar um efeito fantasmagórico e ameaçador. O compositor se inspirou na trilha de Psicose, de Bernard Herrmann, para gerar tensão através do som.
Psicose — 1960

No clássico de Alfred Hitchcock, o compositor Bernard Herrmann foi responsável por uma das trilhas mais icônicas do cinema, especialmente na famosa cena do chuveiro, eternizada por Janet Leigh.
Herrmann optou por uma trilha composta exclusivamente com orquestra de cordas, sem metais, percussão ou sopros, criando uma sonoridade seca, cortante e extremamente tensa.
Inicialmente, Hitchcock não queria trilha sonora na cena, mas mudou de ideia após ouvir o resultado. As cordas, tocadas de forma agressiva, com técnicas de staccato e glissando, geraram aquele som estridente que ficou gravado na história do cinema.
O Exorcista — 1973

Um dos filmes mais assustadores da história tem uma trilha que, curiosamente, não foi feita originalmente para um filme de terror. O diretor William Friedkin, insatisfeito com a trilha composta por Lalo Schifrin, rejeitou o trabalho e buscou algo menos pesado e mais atmosférico.
Foi assim que encontrou o álbum “Tubular Bells”, de Mike Oldfield, escolhendo um trecho instrumental do início como tema principal do filme. A melodia, simples, repetitiva e hipnótica, feita em piano e acompanhada por sons eletrônicos e percussivos, virou um dos temas mais icônicos do terror.
Apesar do sucesso, Oldfield não gostou da associação da sua música ao filme, mas isso não impediu que ela se tornasse histórica.
Midsommar — 2019

Um terror diferente, à luz do dia, mas com uma trilha que transforma beleza em desconforto — exatamente como o diretor Ari Aster planejou desde o início.
O compositor Bobby Krlic (The Haxan Cloak) misturou elementos de música eletrônica, experimental e tradicional para criar a trilha. Ele utilizou instrumentos acústicos gravados de forma não convencional, distorcendo sons de cordas, madeiras e percussões.
Dessa maneira, utilizou sons folclóricos suecos, corais, vozes humanas, drones e dissonâncias, que provocam uma tensão psicológica constante. Por fim, o trabalho de Krlic foi altamente elogiado, rendendo diversos prêmios e se tornando um marco no terror contemporâneo.
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