A obra acompanha a jornada de artesãs da lã no Rio Grande do Sul
A produção de Linhas da Terra e do Tempo já está a todo vapor. As gravações do documentário começaram em 9 de novembro e seguem até 5 de dezembro, percorrendo o Pampa gaúcho. A estreia está prevista para 2027.
O longa registra o dia a dia de mulheres que trabalham com o artesanato da lã no Rio Grande do Sul. Tatiana Lohmann assina a direção, enquanto Kátia Samara é produtora executiva da obra. Além disso, o projeto é realizado pela Gloriosa Filmes.
A força feminina no artesanato gaúcho
O documentário busca registrar as ideias, os sentimentos e o trabalho de 20 personagens ligadas à produção de artesanato da lã no estado, explorando o protagonismo feminino nessa atividade. Assim, o longa dá destaque a uma tradição que, além de ser marcante na cultura gaúcha, movimenta a economia local e é fonte de trabalho para diversas mulheres na região.
“Neste filme, as mulheres são o foco, mulheres cuja lida é com outros seres da terra, as ovelhas, e a lã que elas nos oferecem para aquecer e proteger. Tenho, assim, a sorte de aprofundar minha aprendizagem com o Pampa e com o Brasil, por onde já viajei tanto nestes 36 anos como documentarista”, explica Tatiana Lohmann.
A diretora também ressalta como a produção de documentários pode apresentar novas culturas tanto aos realizadores quanto ao público, além de iluminar histórias frequentemente invisibilizadas, especialmente trajetórias femininas.
“Profissão que amo, por me colocar em contato, a cada vez, com novos mundos e histórias. Ser documentarista é se deixar permear por outros universos, é se interessar pela alteridade. É processo de criação a partir de escuta. E ouvir mulheres — que tivemos nossas histórias tantas vezes apagadas e silenciadas — é parte de uma reconstrução coletiva das mais necessárias.”

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Longa jornada por diferentes cidades
O projeto aposta em uma equipe diversa e uma estrutura sustentável de produção. Ao todo, “Linhas da Terra e do Tempo” terá 22 diárias e passará por nove cidades, em regiões próximas à fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai. A viagem começou em São Miguel das Missões e seguiu por São Gabriel e Minas do Camaquã (Caçapava do Sul). Além disso, no itinerário também estão Lavras do Sul, Bagé, Pinheiro Machado, Jaguarão, Mostardas e Cambará do Sul.
Na Campanha e Fronteira Sul, as artesãs trançam, costuram e bordam produtos que as fortalecem como mulheres e cidadãs. Dessa forma, o documentário busca resgatar e valorizar toda a cadeia produtiva da lã no Rio Grande do Sul.
Kátia Samara destaca a importância de percorrer diferentes cenários e ouvir diversas personagens:
“Em nosso Estado, temos muitas práticas que são passadas de geração em geração e que além de se tornarem patrimônio cultural, reforçam a identidade da mulher gaúcha. Este é o caso do saber e fazer da lã de ovelha. Desde o cuidado com os animais no campo, passando pela tosquia, beneficiamento e o posterior desenvolvimento de produtos artesanais feitos com este material, toda a cadeia possui esta conexão com nossa história e nossos costumes.”
Dessa maneira, além de apresentar as paisagens naturais e urbanas de cada município visitado, o longa também mergulha no processo de produção do artesanato da lã. A obra explora as diferentes etapas do trabalho, desde a tosquia, o fiar, a roca e o tear até a criação das peças finais, em múltiplas formas e cores.
“Linhas da Terra e do Tempo” tem Patrocínio Nubank, por meio da Ancine / Lei do Audiovisual.
Imagem de capa: Lau Baldo/Divulgação
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