26 de maio de 2014 marcou uma data histórica no judiciário brasileiro. Foi a primeira vez que houve abertura de inquérito para investigar e punir um assassinato acontecido na época da Ditadura Militar. Nessa data, uma ação foi instaurada para apurar o homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado federal Rubens Paiva.
Conforme retratado no filme “Ainda Estou Aqui” de Walter Salles, em 20 de janeiro de 1971, militares levaram Rubens Paiva de sua casa no Rio de Janeiro. Ele nunca mais voltou. Após o desaparecimento, sua esposa Eunice Paiva e os filhos fizeram sua missão, descobrir o que aconteceu com Rubens.
A jornalista Juliana Dal Piva reúne no livro “Crime sem Castigo” vários detalhes sobre as investigações feitas desde 1971, sobre o desaparecimento de Rubens Paiva. A autora relata também como a ditadura monitorou de perto a família Paiva, assim como todos os interessados em desvendar o caso.
Em 2014, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro concluiu o caso, denunciando cinco militares como responsáveis pelo assassinato e ocultação de cadáver de Rubens Paiva. Um relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) também apontou os responsáveis. No entanto, até o momento não houve julgamento e três dos denunciados já morreram.
Sobre a autora
Juliana Dal Piva é jornalista formada, com mestrado no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da FGV-Rio. Atualmente, trabalha como repórter do Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (CLIP) e colunista do ICL Notícias.
Foi repórter do jornal O Globo e colunista do portal UOL. Além disso, já ganhou diversos prêmios de jornalismo, entre eles o “Relatoría para la Libertad de Expresión” (RELE), da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
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