Em entrevista ao GeekPop News, autora fala sobre o nascimento da história, a trilha sonora que a inspira e a beleza de crescer

Mariana de Azambuja Cardoso, autora do livro “Coisas Que Me Lembram Você“, compartilhou seu processo de escrita da obra com o GeekPop News. Escritora, roteirista e advogada, estreia no mundo da literatura romântica em colaboração com a Editora Vermelho Marinho. Assim, sua obra explora os altos e baixos da vivência adolescente, que é marcada por descobertas, emoções intensas e testes de confiança. Seu livro “Coisas Que Me Lembram Você” tem data de lançamento marcado para o dia 24 de novembro.
O livro Coisas Que Me Lembram Você é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Geologus Engenharia Ltda, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

Confira a entrevista com Mariana de Azambuja Cardoso:

Visto que o livro nasce de um projeto audiovisual, que elementos dessa origem você quis preservar, e o que precisou mudar?

Quando eu idealizei “Coisas Que Me Lembram Você” em 2020, eu pensei em criar uma série de dramédia, voltada para jovens adultos e adultos. Assim, a ideia era narrar a saga de Fernanda e Bel, mãe e filha, no estilo Gilmore Girls.

A história que trago no livro é exatamente a mesma. Porém, ao invés de levar em conta o ponto de vista de uma mulher madura e de uma adolescente, optei por me ater apenas ao olhar de Bel, uma menina de 17 anos. Com isso, apesar de a protagonista não perder de todo o seu traço dramático – que influencia seu súbito amadurecimento –, a trama ganhou leveza e ares de comédia romântica. Portanto, a obra lida com o caráter intenso e apressado da adolescência, mas, acima de tudo, explora uma esperança orgânica de quem é constantemente convidado a viver – e tem muito tempo pela frente para isso.

Como foi o processo de voltar para esse universo adolescente e traduzir suas emoções para o papel sem cair em clichês?

“Coisas Que Me Lembram Você” é uma obra de ficção, inspirada em coisas que vi e vivi na adolescência, mas sempre entremeadas com situações totalmente alheias à realidade. Porém, fui extremamente fiel aos sentimentos que vivenciei em determinados momentos que relato no livro.

Para isso, busquei reviver memórias do meu passado, não só revisitando lembranças e lugares que me marcaram, mas também mergulhando nas poesias que escrevi à época. Além disso, minha pesquisa também envolveu cartas, agendas e fotos que eu tinha guardadas. Minha ideia era escrever a história com o olhar genuíno de uma menina de 17 anos, ainda que esse processo tenha me levado a cair em algum dos clichês tão comuns à vida real dessa faixa etária.

Sua trajetória une direito, roteiro e agora literatura. Como essas diferentes linguagens influenciam e se encontram no seu processo criativo?

A verdade é que essas linguagens não são antagônicas. Tanto nas petições, como nos roteiros e na literatura, narramos fatos – ou seja, contamos histórias. A diferença é que, no direito, lidamos diretamente com a formalidade e o compromisso com a verdade, já que este envolve pessoas e não personagens. Além disso, a área aborda conflitos reais, cujo desfecho não será definido pelo advogado, tal qual um arco dramático desenhado por um escritor.

Nos roteiros e na literatura, por sua vez, a liberdade criativa e a construção de personagens com arcos dramáticos predominam, embora existam certos padrões e regras. Por isso, o processo criativo e o ato de escrever tendem a ser mais prazerosos. No entanto, é inegável que concluir uma inicial bem-feita ou uma contestação perfeitamente elaborada gera uma satisfação imensa, além de uma doce sensação de dever cumprido.

Mariana com as filhas Maria Celina e Maria Antonia
Mariana com as filhas Maria Celina e Maria Antonia. Foto: Divulgação

O livro traz uma playlist de 14 faixas que acompanham os capítulos. Como a música dialoga com a narrativa?

Na verdade, são 14 playlists ao longo do livro, e cada uma delas conta com 10 músicas – com a exceção de uma, que contém 20 faixas. Assim, as canções servem de trilha sonora para os capítulos que as sucedem, se conectando não só com aquele determinado trecho da trama, bem como com os sentimentos nele presentes. Dessa forma, a narrativa se torna mais marcante e a experiência do leitor mais enriquecedora.

Entre tantas músicas selecionadas, existem as minhas preferidas. Ainda mais, algumas delas fazem parte da trilha sonora da minha própria vida, como “Hunting High and Low” e “I’ve Been Losing You”, da minha banda favorita, a-ha. Outra que se destaca é “It’s My Life”, do Bon Jovi. Várias das restantes são de artistas e bandas que eu adoro, como Celine Dion, Ed Sheeran, Marisa Monte, Tom Jobim, Beach Boys, One Direction e Taylor Swift.

Por fim, que tipo de conversa você espera abrir com seus leitores através dessa história?

Várias! A primeira delas é a lição que a minha geração aprendeu com Mr. Keating, em Sociedade dos Poetas Mortos: Carpe Diem! Aproveite o dia, pois nada é eterno. O tempo não volta, as coisas mudam o tempo todo sem aviso prévio, então devemos valorizar o agora, o que temos e vivemos de bom hoje.

Por outro lado, procuro mostrar que não importa o tamanho do tombo, por mais difícil que seja, é sempre possível levantar. Assim, quero incentivar meus leitores a lidar com as dores e feridas, gerenciar os danos e, respeitado seu próprio tempo, recomeçar. O mundo não para e devemos seguir em movimento, cultivando boas amizades e deixando de lado quem não nos valoriza. Bem como, devemos cuidar da nossa saúde física, mental e emocional, para que o amor-próprio aflore, assim como o autorrespeito e a consciência do nosso real valor.


Ficha técnica
Título: Coisas Que Me Lembram Você
Autora: Mariana de Azambuja Cardoso
Editora: Vermelho Marinho
ISBN nº 978-85-8265-446-0
Páginas: 240
Classificação indicativa: 16+
Preço: R$ 65
Onde comprar: Amazon

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