“– Deus leva a gente quando chega a hora e um escritor é Deus para as pessoas da história, ele cria elas assim como Deus criou a gente e ninguém sabe onde Deus está nem tem como fazer Ele explicar nada… No caso de Misery, Deus está com as duas pernas quebradas e Deus está na minha casa, comendo minha comida”
No dia 25 de julho é comemorado o dia do escritor. Então, nada melhor do que falar sobre um dos maiores autores da atualidade, que conquistou uma legião de fãs e milhares de cópias vendidas. Sim, essa poderia ser a descrição de Stephen King, mas estamos falando sobre Paul Sheldon, personagem de “Misery: Louca obsessão”
Publicado em 1987, com o título original “Misery”, a obra se diferencia de outros clássicos de Stephen King. Neste livro não há nada de sobrenatural, e sim uma mente humana psicopata e obsessiva, também conhecida como Annie Wilkes, uma das melhores vilãs já criada pelo autor.
Na trama, Paul Sheldon é um escritor famoso reconhecido por sua série de livros de romance. Paul conquistou muitos fãs ao longo do seu trabalho. Especialmente Annie Wilkes. Annie é a fã número 1 de Paul, e para sua sorte, um dia ela encontra o ídolo. Ele havia acabado de sofrer um grave acidente de carro, e como Annie é enfermeira, resolve leva-lo para sua casa e cuidar do homem até que ele se recupere. O que eles não imaginavam, é que o encontro de sorte de Annie seria o maior azar da vida de Paul.
Quem nunca sentiu raiva quando um escritor mata seu personagem favorito? Annie Wilkes sentiu, e muita. Assim, a enfermeira passa a incentivar Paul a escrever a continuação da história que ela tanto ama. No entanto, seus métodos nada convencionais envolvem comprimidos, agulhas, ameaças e tortura.
O suspense agoniante foi adaptado ao cinema em 1990, pelo diretor Rob Reiner e estrelado por James Caan e Kathy Bates. O filme foi um sucesso nas bilheterias, e no ano seguinte Kathy recebeu o Oscar de Melhor Atriz pela sua performance como Annie Wilkes.
Impressões sobre Misery: Louca Obsessão
Pode parecer impressionante como Stephen King consegue manter uma história envolvente com apenas dois personagens, e um único ambiente. No entanto, se você já conhece a narrativa do autor, sabe que esse não foi um grande desafio para ele. Afinal, suas características mais marcantes como escritor são a criatividade e a verossimilhança.
Com essa fórmula, o livro torna-se além de envolvente. É surpreendente e misterioso do começo ao fim. Nunca sabemos quais serão os próximos passos de Annie, e o limite de sua loucura. Da mesma forma, não se pode prever do que Paul Sheldon é capaz para sobreviver.
A narrativa verossímil de Stephen provavelmente facilitou o trabalho de Rob Reiner ao dirigir o filme. Afinal, cada cômodo da casa de Annie, assim como o perfil dos personagens, correspondem perfeitamente à descrição do autor. E não há nada que um leitor goste mais do que uma adaptação fiel.
Sendo assim, “Misery: Louca Obsessão” é um suspense agoniante, criativo e envolvente. A leitura é simples e rápida, ideal para sair da zona de conforto e uma ótima sugestão para quem deseja começar a ler Stephen King.