Cantor, compositor e multi-instrumentista, Arlindo Cruz marcou gerações com sua poesia e deixa legado eterno na música brasileira e no Carnaval

O samba perdeu uma de suas vozes mais potentes e queridas. Morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, Arlindo Cruz, no Hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A informação foi confirmada pela esposa, Babi Cruz. O artista, que desde 2017 enfrentava sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, estava internado tratando uma pneumonia.

Arlindo Cruz: trajetória de um mestre do samba que marcou gerações

Natural do Rio de Janeiro, Arlindo Cruz foi muito mais que um cantor. Sambista, compositor e multi-instrumentista, dominando cavaquinho, banjo, violão e outros instrumentos, ele ajudou a escrever capítulos importantes da história do gênero.

Ainda na juventude, aprendeu música ao lado do irmão Acyr Marques e, pouco depois, conquistou suas primeiras experiências profissionais em rodas de samba, onde dividiu espaço com lendas como Candeia, Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto.

Com o passar do tempo, o nome de Arlindo ficou definitivamente ligado ao grupo Fundo de Quintal, no qual permaneceu por 12 anos e, nesse período, gravou clássicos como Seja Sambista Também e O Mapa da Mina.

Posteriormente, seguiu brilhando na carreira solo, lançando álbuns marcantes e protagonizando parcerias memoráveis. Em 2009, por exemplo, seu MTV ao Vivo vendeu mais de 100 mil cópias, o que consolidou, de forma incontestável, seu status de ícone nacional.

Morre Arlindo Cruz aos 66 anos
Arlindo Cruz eternizou sua voz e composições no coração do Brasil | Crédito: Reprodução/Felipe Hanower

Do samba de roda à avenida, um legado que marcou gerações

Além do pagode e do samba de roda, Arlindo Cruz também teve papel de destaque no carnaval. Apaixonado pelo Império Serrano, não apenas compôs diversos sambas-enredo campeões, como também deixou sua marca em outras agremiações, entre elas Acadêmicos do Grande Rio e Unidos de Vila Isabel.

Sua trajetória, portanto, foi celebrada na avenida em diferentes momentos. Em 2019, a homenagem veio pela X9 Paulistana, em São Paulo, e, posteriormente, em 2023, ele se tornou tema de um desfile do próprio Império Serrano.

Pouco antes do AVC que interrompeu sua carreira, sua última grande empreitada artística foi o projeto Pagode 2 Arlindos, desenvolvido ao lado do filho Arlindinho.

Desde então, passou a viver sob cuidados constantes da família e, ao longo desse período, enfrentou diversas internações, sobretudo por problemas respiratórios.

Com um legado que atravessa décadas, Arlindo Cruz deixa, além da esposa Babi e dos filhos Arlindinho e Flora, uma legião de fãs que, certamente, cantarão para sempre versos como “O show tem que continuar”.

Imagem de capa: Reprodução/Instagram