No livro “Poemas de amor e outras taquicardias”, Mila Nascimento apresenta o amor-próprio como um processo que demanda cuidado, construção e atenção constantes. Dando continuidade à sua carreira literária, Mila explora, por meio da intertextualidade e da experiência pessoal, uma faceta pouco discutida do amor: o amor-próprio. Publicada pela editora Minimalismos, a coletânea de poemas inicia-se com uma epígrafe de bell hooks.
Utilizando a primeira pessoa, a poeta revela uma subjetividade moldada pela busca do amor romântico. No entanto, ao longo de sua trajetória, não apenas descobre a capacidade de amar a si mesma, mas também compreende a importância do amor-próprio para se relacionar e ser amada. Assim, ela ressignifica o amor, destacando a necessidade de cuidado, construção e atenção.

Os versos, que evocam oralidade e intensidade emocional, dialogam com grandes nomes da literatura brasileira. Poetas como Vinícius de Moraes, Cecília Meireles e Hilda Hilst influenciam a maneira como o amor é percebido culturalmente. O empoderamento feminino, tratado como um processo essencial, guia tanto a escrita quanto a trajetória de Mila. Neste novo livro, ela adiciona novas camadas a essa construção.
Mila Nascimento: a médica, a mediadora de saraus e a escritora
Camila do Nascimento Leite, conhecida literariamente como Mila Nascimento, nasceu em março de 1979, em São Paulo. Atualmente, mora em Campinas (SP) e atua como médica endocrinologista, sexóloga e emergencista. Além disso, dedica parte de seu tempo ao atendimento voluntário de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Escrevendo desde a infância, Mila obteve reconhecimento em 2022 ao vencer a Categoria Poesia Nacional no 57º FEMUP, o Festival de Música, Conto e Poesia de Paranavaí (PR). Além de sua trilogia, publicou textos em diversos blogs e revistas literárias, como Jirau de Histórias, Revista Artes do Multiverso, Barda Literária, Poesia na Alma, Alpendre Literário, A Casa Inventada, Contos de Samsara e Revista TAUP, da editora Toma aí um poema.
Atualmente, ela também media o CAPITOLINAS – Clube de Leitura Feminista e Letramento Anti-Machista, um clube/sarau que reforça a importância do letramento feminista por meio da literatura. “O Capitolinas é uma estratégia bem-sucedida de implementar o movimento feminista e desmontar o patriarcado, fortalecendo mulheres por meio da literatura”, afirma Mila.
Ela busca levar o evento para cafés e empórios administrados por mulheres. Entretanto, seu trabalho como mediadora não se limita ao público feminino. Ela também conduz o Clube de Leitura Anti-Machista – NÃO BENTOS, que propõe reflexões sobre masculinidades a partir de obras literárias.
Por fim, com “Poemas de Amor e Outras Taquicardias”, Mila Nascimento reafirma a poesia como ferramenta de autodescoberta e resistência. E sua obra se torna não apenas um livro de poemas, mas um manifesto sobre ser e sentir no mundo.
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