No dia nacional do amor, clássicos do romance como “Orgulho e Preconceito“, “Romeu e Julieta”, “A Moreninha” e “Iracema” vem a cabeça. Romances como esses moldaram leitores ao redor do mundo e ainda são relevantes, mesmo tantos anos depois. No entanto, temos recentemente visto um crescimento do interesse nos romances contemporâneos. Dentro de diversos subgêneros, autoras como Ali Hazelwood, Emily Henry e Elise Silver estão ganhando cada vez mais espaço. Mas, por que isso acontece?

Os enredos

Seja em “Leitura de Verão“, “A Hipótese do amor” ou “Sem Defeitos“, as personagens principais são mulheres relativamente novas que buscam encontrar ou provar algo para si mesmas. Apesar de serem independentes até certo ponto, elas também são falhas. Cada uma delas possui um defeito, uma insegurança ou uma necessidade de ir além que acaba fazendo com que os leitores se enxerguem dentro da cena. Leitor que é leitor sabe como é a sensação de ouvir um barulho dentro de casa e se dar conta de que não estava dentro do livro, e sim lendo. As autoras de romance contemporâneo parecem saber a fórmula para isso acontecer cada vez com mais frequência.

É claro que, como escritoras de romance, não poderia faltar o mocinho ideal. E aqui elas seguem uma linha bem parecida. Homens calados e taciturnos como Adam ou firmes, mas reservados como Rhett Eaton, parecem encantar os leitores pela alma misteriosa e protetora. Muito mais decididos do que as mocinhas, eles também são falhos e demonstram sentimentos de forma diferente. 

Quase um slow burn, ou seja, em um ritmo lento que constrói a relação tijolo por tijolo, as autoras entregam um enredo que, além de identificação, gera uma sensação de pertencimento. Os leitores querem fazer parte daquela história, querem viver o romance dos sonhos e mergulhar de cabeça num amor como dos seus livros preferidos.

Os diálogos e a química entre os personagens

Não podemos deixar de fora a construção dos diálogos. Além de explorarem muito bem como os seus personagens pensam, os diálogos também são desenhados para construir uma conexão não só entre os personagens, mas entre os leitores e as autoras. Com um toque de humor, tiradas inteligentes e assuntos atuais, os diálogos são rápidos, muitas vezes ácidos, e geram novamente a sensação de estar dentro da história. 

Essas conversas também servem para desenvolver a química entre os casais. Pouco a pouco, com conversas significativas e trocas importantes, a química fica ainda mais evidente. E, por mais que o sexo seja uma parte importante dos livros, ele nunca é tratado de forma leviana. Em “A Hipótese do Amor“, por exemplo, a autora mostra como a conexão se torna fundamental para que o romance se torne físico.

O boom das redes sociais

Com redes como o BookTok, os livros acabaram ficando ainda mais famosos. Leitores se conectam por meio de um amor em comum e acabam tendo o poder de fazer com que uma história alcance milhares de pessoas.

Compartilhando trechos preferidos, cenas de amor e suas impressões sobre a obra como um todo, as redes sociais se tornaram a casa daqueles que amam um romance bem escrito e não abrem mão dos clichês que fazem da literatura ser o que ela é.

Os leitores mais assíduos são capazes de perceber semelhanças entre as obras de um mesmo autor. Ali Hazelwood, por exemplo, gosta de explorar a ciência e trazer mulheres em lugar de destaque no ambiente acadêmico. Já Emily Henry explora assuntos como o luto, carreira e amadurecimento pessoal, enquanto Elsie Silver aborda cowboys vulneráveis e mocinhas que precisam superar algum obstáculo.

Essa junção de fatores faz com que o romance contemporâneo esteja constantemente em alta e não somente no Dia dos Namorados.