Uma matéria especial para homenagear uma autora importante para a literatura feminina. Escritoras da Inglaterra, Estados Unidos e do Brasil, foram importantes para consolidar o papel feminino na literatura. Para isso, abordavam temas complexos, que muitas vezes os autores mais renomados, não tinham coragem de abordar. Hoje, vamos conhecer a história de Elizabeth Gaskell, uma jovem que narrava o cotidiano da classe trabalhadora na Inglaterra do século XIX.

Biografia

Elizabeth Cleghorn Gaskell (Stevenson era o sobrenome de solteira), nasceu no tradicional bairro de Chelsea em Londres, no dia 29 de setembro de 1810. Filha de um proeminente funcionário da coroa britânica, ela e o irmão John, foram os únicos dos oito filhos do casal que sobreviveram à infância. Após a morte da mãe, Elizabeth foi viver com a tia, educada em uma escola de renome. Foi o primeiro contato da jovem com os clássicos da literatura. O pai e a tia encorajaram Elizabeth e seguir com seus estudos. Em 1832, Elizabeth se casou com William Gaskell, ministro unitarista e clérigo, com quem teve quatro filhas. O marido, com quem compartilhava os mesmos ideais, assim como o pai, foi um apoio importante para a carreira de escritora.

Primeiros livros publicados

Em 1848, Elizabeth publicou seu primeiro livro, Mary Barton, que retratava as condições da classe trabalhadora na Inglaterra rural. Através da história de Mary, uma jovem filha de um operário que lutava por melhores condições de trabalho. Dessa forma, Elizabeth se tornou uma das principais autoras que mostrava a realidade sobre a condição social dos trabalhadores ingleses. Do mesmo modo, as séries literárias, Cranford (1851-1853) e Norte e Sul (1854-1855), seguiram na mesma linha.

Crítica e recepção do público

Os críticos literários da época, elogiaram a habilidade da autora de criar personagens complexos, ao mesmo tempo que parecidos com as pessoas comuns. A coragem de retratar a vida difícil dos trabalhadores e seus conflitos com a classe burguesa, também foi elogiado. Em relação ao público, Elizabeth fez muito sucesso com as mulheres da época, uma vez que as leitoras se identificavam com suas personagens fortes e determinadas. Vale ressaltar que o movimento pelos direitos das mulheres, como o sufrágio, estava em ascensão. Elizabeth Gaskell, morreu em 1865, aos 55 anos, com uma trajetória literária de grande sucesso.

Legado

É preciso lembrar que ao contrário de várias escritoras que foram oprimidas e silenciadas, Elizabeth teve apoio da família e principalmente do marido. Isso foi um fator determinante para sua aceitação na Inglaterra Vitoriana, cada vez mais conservadora. No entanto, a visibilidade que Elizabeth deu às condições sociais da classe operária e principalmente das mulheres trabalhadoras, foi muito importante para consolidar a busca pelos direitos das duas classes. Além disso, Elizabeth sempre foi uma mulher livre e independente.