Obra foi escrita por Marianne Vic, sobrinha do estilista, e expõe os bastidores menos glamorosos da alta-costura francesa
O mito Yves Saint Laurent já foi contado inúmeras vezes. No entanto, sua vida íntima marcada por fragilidade emocional e um passado de violência sempre permaneceu parcialmente escondida. Agora, a escritora francesa Marianne Vic, sobrinha do estilista, retorna às origens do “gênio da moda” e apresenta, em “O príncipe da Babilônia“, um retrato nu e intimo de YSL.
O livro chega ao Brasil revelando o menino argelino de olhos atentos, criado em uma Argélia francesa desigual. Assim, cresceu negligenciado e submetido a traumas que moldaram seu futuro. Dessa forma, o jovem se apegou ao sonho de se tornar estilista.
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Conheça O Príncipe da Babilônia
Ao longo do livro, Marianne descreve um Yves Saint Laurent movido por uma mistura de ambição e sede de reconhecimento. Assim, a autora revela como a violência da infância ecoou na vida adulta, alimentando crises, vícios e episódios de instabilidade emocional. Ao mesmo tempo que mostra a explosão criativa que transformou YSL em um dos maiores nomes da alta-costura do século XX.
No enredo, a autora descreve memórias e episódios íntimos vividos ao lado do empresário Pierre Bergé, parceiro de toda a vida do estilista. A partir desse convívio, a autora reconstrói a ambiguidade de um percurso feito de grandeza e ruína. Sendo assim, acompanha festas, coleções, amores e temporadas de isolamento marcadas por substâncias e exaustão.
Em vez de reforçar apenas o glamour, “O príncipe da Babilônia” questiona o peso do mito ao redor de seu tio. Além disso, apresenta um Yves dividido entre o ódio de si mesmo e a busca desesperada por validação.
Ainda assim, o livro não apaga o extraordinário. Pelo contrário, ao revelar a humanidade dolorosa do estilista, Marianne amplia o entendimento sobre sua criatividade e o impacto cultural de sua obra.
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Imagem de capa: Reginald Gray/Editora Estação Liberdade
