Nas últimas semanas, quem acompanha os dubladores nacionais viu uma movimentação diferente nas redes sociais deles. Dubladores como Guilherme Briggs, Márcio Simões, Wendell Bezerra e outros trouxeram uma campanha à tona “Dublagem Viva“. Contudo, qual o motivo dos protestos?

Conforme citado anteriormente, nas últimas semanas dubladores vêm se manifestando nas redes sociais, mas por qual motivo? A resposta é a regulamentação da Inteligência Artificial (IA), pois a tecnologia poderá ser utilizada como substituição dos dubladores através da reprodução da entonação da voz do ator original.

Entretanto, o site oficial da campanha reforça que não é só o fato de falar a Língua Portuguesa que nos faz brasileiros. É o conjunto de peculiaridades culturais que temos no Brasil, o fato de mesmo consumindo produtos culturais de diversos países ainda colocamos nossas características. Confira algumas pérolas da dublagem que não haveriam se a IA fosse responsável pelo cargo:

Já imaginou o Goku sem a voz do Wendell Bezerra? Ou se não, o Naruto sem a voz da Ursula Bezerra? E um dos mais marcantes, o Yusuke de Yu Yu Hakusho pela voz de Marco Ribeiro. Quem não se lembra de ouvir um “rapadura é doce, mas não é mole não” ou um “tu é grande, mas não é dois. Eu sou pequeno, mas não sou metade.”

A dublagem de Yu Yu Hakusho é mais uma das provas que dublar não é somente passar a voz da língua estrangeira para o português, mas sim interpretar com as nossas próprias características culturais. Confira a dublagem do live action:

Ademais, o site ressalta que a IA pode acabar reforçando estereótipos e/ou diversas formas de preconceito. Afinal, a Inteligência segue algoritmos que podem reproduzir esse tipo de comportamento. Por isso, é mais um motivo para a regulamentação dessa tecnologia.

Dubladores vs Tecnologia?

Mas então os dubladores são contra o avanço tecnológico? Nada disso. O site reforça que “nosso interesse não é proibir nenhuma evolução tecnológica, queremos apenas garantir que o que é apenas uma ferramenta de criação não passe a ser entendido como o nosso criador”.

Além disso, o movimento não é exclusivamente brasileiro. A Dublagem Viva está aliada com outros movimentos que possuem o mesmo objetivo, como a AVTA (Sindicato de Actores de Voz y Voice Talents de Madrid), OVU (Organización de Voces Unidas), UVA (United Voice Artists) e a NAVA (National Association of Voice Actors).

Em resumo, a IA deve ser sim regulamentada, pois além do emprego dos dubladores estarem em jogo, a IA pode estereotipar certas situações e reforçar um preconceito. A regulamentação da Inteligência a tornará uma ferramenta facilitadora na qual poderá combater a pirataria, entre outros tipos de crimes.

Por fim, caso esteja interessado em apoiar essa causa tão importante para os artistas nacionais confira a petição online aqui.