Com o retorno da animação de Cavaleiros do Zodíaco, agora na Crunchyroll, uma nova chama da polemica ressurge das cinzas, igualmente como a Ave Fênix. Estamos falando da troca de gênero que Shun de Andrômeda sofreu nessa série iniciada na Netflix.

Shun

Primeiramente, voltando a época da estreia da animação em 2019, a internet veio abaixo quando os produtores lançaram o trailer da animação, revelando que Shun seria uma mulher. Não apenas isso, mas o personagem iria manter todos os seus traços, como a cor verde do cabelo, a armadura rosa e tudo mais.

O próprio escritor da série, Eugene Son decidiu fazer a mudança em busca de deixar o desenho mais atrativo para todos os públicos. Mas o que parecia ser uma ideia com boas intenções, provocou diversos debates com os fãs da série clássica.

Shun
Imagem: Toi animation / Netflix

O anime original, lançado em 1986, pela Toei Animation, adaptando o sucesso do mangá de Masami Kurumada, trouxe 5 cavaleiros com armaduras baseadas nas constelações do zodíaco. Dentre os personagens estava Shun, representando a constelação da deusa Andrômeda. Utilizando correntes, simbolizando as algemas e correntes da deusa, que morreu acorrentada segundo a mitologia.

Imagem: Toei

Dessa forma, Shun utilizava uma armadura rosa, e sempre buscava resolver as batalhas de forma pacífica. Tinha uma grande beleza, nitidamente visível na batalha galáctica, onde várias garotas da plateia gritavam seu nome, e adoravam sua beleza.

Voltando para a nova animação, Shun, agora é uma garota, o que por si só, quebra a própria “mitologia” do anime clássico. Pois as mulheres cavaleiras, eram chamadas Amazonas, e usavam máscaras, como a Marin, Shina e June. E quando Shun aparece, não utiliza máscara, bem como June, apenas Marin utiliza, enquanto Shina usa uma espécie de maquiagem.

Marin June
Imagem: Marin e June / Crunchyroll

Era realmente necessário a troca?

Mesmo que seja uma nova adaptação, utilizar Shun como mulher para diversificar os personagens foi um erro, e podemos explicar o motivo. Shun na ‘serie original desmistifica o fato de homens sempre serem fortes, e precisar abdicar que sensibilidade e sentimentos para mostrar poder. Provava que se tornar sentimental, não é uma fraqueza, e não diminui a masculinidade, ao trocarem o gênero de Shun, a mensagem que fica é que somente mulheres podem ser sentimentais.

Uma maneira melhor de “representatividade” seria dar mais foco em alguma personagem feminina já estabelecida na história, ou criar uma nova. Como no anime Saint Seya Omega, a personagem Yuna de águia, é uma das protagonistas, e abdica de sua máscara de amazona, mostrando um desenvolvimento de personagem.

Imagem: Yuna de Águia / Toei Animation

Além do fato da Shun mulher, a nova animação recebeu outras diversas críticas com relação a sua adaptação. E agora, na Crunchyrool, parece ter encontrado seu caminho, e nela a história de Shun está parecida com a original, desde sua infância com Ikki, até seu treinamento na ilha de Andrômeda. Mais um fato que bota em dúvidas o motivo da troca de gênero, já que nada de Shun mudou em sua história, além da troca de gênero.

Para agravar a situação, no original, na saga de Hades, Shun se torna hospedeiro do deus Hades. Seria curioso como adaptariam isso com Shun sendo uma mulher.

Por fim, deixar de assistir a nova animação por causa de Shun, não é necessário, ainda mais com a saga das 12 casas em andamento, até o momento de forma fiel ao original. Mas não da para escondermos o descontentamento até agora com essa mudança desnecessária.

Os episódios são lançados semanalmente aos domingos na Crunchyroll, até o momento, com áudio em japonês e legendas em português. Contudo, confirmaram a dublagem brasileira em breve.

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