Ícone do heavy metal, estrela de reality show e personagem de lendas do rock, Ozzy Osbourne morreu aos 76 anos após uma despedida emocionante no palco
O mundo do entretenimento e da música se despediu de uma de suas figuras mais marcantes. Ozzy Osbourne, vocalista original do Black Sabbath e símbolo máximo do heavy metal, faleceu nesta terça-feira (22), aos 76 anos.
A informação foi confirmada por sua família por meio de um comunicado. “É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã”.
Diagnosticado com Parkinson em 2019, Ozzy vinha enfrentando uma série de problemas de saúde. Ainda assim, em uma demonstração de força e paixão pelos fãs, fez sua última apresentação há apenas três semanas, na cidade natal de Birmingham.
O show, descrito como o maior line-up de heavy metal da história, reuniu lendas como Metallica, Slayer, integrantes do Guns N’ Roses e do Rage Against the Machine.
Ozzy se apresentou sentado em um trono preto adornado com caveiras e morcegos, símbolos de sua irreverência, e encerrou a noite com a clássica “Paranoid”, do Black Sabbath.
Ozzy Osbourne: de operário ao Príncipe das Trevas
Nascido John Michael Osbourne, Ozzy deixou para trás a rotina de operário em Birmingham para fundar uma das bandas mais influentes da história.
Ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, ele ajudou a criar o som pesado e sombrio que definiria o heavy metal para gerações futuras.
Mas Ozzy foi muito mais que um vocalista: ele foi um símbolo cultural, com uma trajetória marcada por excessos, escândalos e uma capacidade impressionante de se reinventar.
Nos anos 1980 e 90, seus comportamentos extremos se tornaram folclore no universo do rock. Desde morder a cabeça de um morcego no palco (achando que era falso), até arrancar a cabeça de pombos com os dentes durante uma reunião com a gravadora.
Ozzy sempre cruzou os limites do aceitável, e por isso mesmo se tornou uma lenda viva. Teve passagens pela cadeia, overdose, episódios violentos e internações.
Ainda assim, sobreviveu a tudo isso, consolidando uma carreira solo de sucesso e mantendo-se no imaginário coletivo como o “Príncipe das Trevas”.
O astro do rock que também brilhou nas telas

A virada de milênio trouxe uma nova face de Ozzy para o público. Com o reality show The Osbournes (2002–2005), exibido pela MTV, ele e sua família escancararam para as câmeras a rotina caótica, e por vezes hilária, de uma família nada convencional. A série foi um fenômeno, abrindo caminho para toda uma nova era de reality shows centrados em celebridades.
Além disso, Ozzy também teve participação no cinema e na televisão, com aparições em filmes como Little Nicky (2000), Caça-Fantasmas (2016), e animações como Gnomeu e Julieta (2011).
Ele também participou de séries como CSI: Las Vegas e The Conners. Mesmo em papéis pequenos ou dublagens, sua presença sempre roubava a cena.
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O último bis de uma lenda: a despedida de Ozzy Osbourne

Apesar da saúde debilitada nos últimos anos, Ozzy nunca deixou de expressar seu desejo de estar no palco. Em um documentário de 2020, quando perguntado sobre aposentadoria, respondeu com humor sombrio:
“Sabe quando vou me aposentar? Quando eu ouvir alguém pregando uma tampa no meu caixão. E aí eu vou fazer um bis”.
E foi exatamente isso que ele fez. Seu show de despedida em julho reuniu 40 mil fãs e ficou marcado pela emoção. “Vocês não fazem ideia do que estou sentindo. Obrigado do fundo do meu coração”, disse Ozzy, visivelmente comovido.
Foi a última vez em que esteve com a formação original do Black Sabbath no palco, uma despedida à altura de quem moldou a história do rock.
Ozzy Osbourne não foi apenas um cantor. Ele foi um ícone, um personagem maior que a vida, um símbolo do rock em sua forma mais crua, irreverente e inesquecível. Sua voz pode ter silenciado, mas seu legado seguirá ecoando, em guitarras distorcidas, em realities de TV, nos cinemas e nos corações de milhões de fãs ao redor do mundo.
Imagem de capa: Ross Halfin
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