O poeta mineiro Aloisio Romanelli realiza no próximo dia 26 (sábado) o lançamento do seu primeiro livro “Relances de mar e montanha”. A obra é da Editora Mondru e explora a beleza e a melancolia dos “relances” do dia-a-dia, em um cenário que une Minas Gerais e o Litoral Fluminense.
No livro, o autor foca nos recortes “fugazes” em que a realidade se revela com “intensidade inesperada”. O poeta conduz o leitor por uma viagem simbólica entre as paisagens montanhosas de Minas Gerais e o mar do Rio de Janeiro. Dessa forma, os poemas nascem a partir do momento em que o autor captura esses momentos efêmeros, no qual o cotidiano acontece.
O livro se divide em três seções que simulam uma jornada física e interior: “A vista das montanhas” explora as características mineiras, “Rumo aos corais” faz a transição para o cenário do litoral, com poemas que ganham fluidez e leveza, à maneira de Alberto Caeiro; e “Retorno” é o regresso melancólico às origens, mas com uma narrativa que, apesar de difícil, traz esperança.
O evento de lançamento será no dia 26/04 (sábado), às 11h, na “Livraria da Rua” em Belo Horizonte. O evento é gratuito.
Sobre o autor
Aloisio Romanelli nasceu em Belo Horizonte (MG). Psiquiatra, se formou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com seis anos de atuação no SUS da cidade, onde trabalhou no fortalecimento da Reforma Psiquiátrica e da luta antimanicomial.
Apesar de ter nascido e viver na capital, desenvolveu profundo vínculo com o litoral fluminense durante temporadas em Cabo Frio. Integrante da equipe de poetas do Portal Fazia Poesia desde 2025, combina sua prática clínica com a criação literária desde a infância.
Desse modo, “Relances de mar e montanha” marca sua estreia no universo editorial, após anos de escrita reservada. Os poemas da obra foram escritos entre 2013 e 2023, reunindo criações desde a época da faculdade de Medicina na UFMG até textos recentes.
Confira um trecho do poema “Náutico”
A tua presença
ainda que repleta
de silêncios
esses em que você se emoldura
é desejada
como os barcos desejam
o movimento marítimo
mesmo no seu perigoso
mistério
ainda
que o timoneiro
tema ou mesmo pressinta a revoltadas marés
o oceano é desejado como tua presença
em suas constelações
de segredos
e suspiros
nas ondulações de tua
matéria nostálgica
tão desejada.
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