Neste Dia Nacional do Cinema Brasileiro (19/06), celebramos a notável expansão da nossa produção audiovisual além do eixo Rio–São Paulo. Atualmente, os polos de cinema brasileiro se espalham por diversas regiões, contando com estúdios, festivais, apoio público e obras de grande repercussão.
Principais polos de cinema brasileiro e suas obras de destaque
São Paulo–SP
Em primeiro lugar, São Paulo é responsável por cerca de 25% das produções nacionais. O estado concentra mais de 1.500 empresas de audiovisual e estúdios renomados, como a O2 Filmes. Entre os filmes marcantes, que também alcançaram repercussão internacional, estão Que Horas Ela Volta? e Bacurau.

Rio de Janeiro–RJ
Além disso, o Rio de Janeiro não só sedia mais de 26 produções internacionais por ano, mas também abriga os Estúdios Globo. Filmes como Marighella e Ainda Estou Aqui utilizaram locações e equipes cariocas, reforçando, assim, a identidade e a história nacional.

Porto Alegre–RS
De maneira semelhante, com forte presença universitária e festivais importantes como o Fantaspoa, o polo gaúcho se destaca como celeiro de produções autorais. Exemplos notáveis incluem Homens de Barro e O Homem que Copiava.

Curitiba–PR
Recentemente, a produção cinematográfica do Paraná tem ganhado mais espaço em plataformas de streaming, com produções locais alcançando destaque nacional e internacional. Entre as obras de destaque, estão Estômago e Curitiba Zero Grau.

Paulínia–SP
Outro polo importante, paulínia (SP), apoiou cerca de 44 longas, incluindo Ensaio Sobre a Cegueira e O Palhaço, por meio de recursos locais. Mesmo sem um festival desde 2014, a cidade mantém estúdios e projetos formativos.

Ribeirão Preto–SP
No interior paulista, especificamente em Ribeirão Preto, com os Estúdios Kaiser de Cinema (13 mil m²) e cinco galpões equipados para produção, o polo integra estúdios, oficinas e exibição com cineclubes como o Cauim. Suas obras em destaque são o longa Divórcio e a série DNA do Crime.

Niterói–RJ
Já em Niterói, a região planeja ampliar sua estrutura com um museu audiovisual, uma film commission própria e incentivos a novas tecnologias. Um dos destaques, inclusive, é a parceria da prefeitura de Niterói com a Ancine, que está lançando o Programa Niterói Audiovisual (NAV) 2025, no Reserva Cultural, em São Domingos. Entre suas obras de destaque, podemos citar Diários de Intercâmbio e Novembro.

Belo Horizonte–MG
Por fim, mas não menos importante, a capital mineira e seus arredores se destacam por uma robusta tradição cultural. A produtora Filmes de Plástico, em Contagem/BH, lançou No Coração do Mundo (2019), exibido em Roterdã e com elenco de Grace Passô. Além disso, o aclamado Temporada (2018), de André Novais Oliveira, recebeu prêmio em Locarno e venceu cinco categorias no Festival de Brasília. Adicionalmente, Belo Horizonte ainda abriga festivais de curtas, como o Cine Santa Tereza, e produções universitárias como Ângelo (2020).

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Parcerias Regionais
Nesse contexto de descentralização, iniciativas como o Polo do Velho Oeste (interior paulista) promovem formação técnica local, produção de curtas e realização de mostras comunitárias. Assim, fortalecem o audiovisual fora dos grandes centros.
Incentivos Públicos
Para impulsionar essa diversidade, instrumentos como a Lei do Audiovisual, o Fundo Setorial (FSA), incentivos estaduais e o cash rebate do Rio (até 35%) têm sido decisivos para descentralizar a produção e estimular o surgimento de novos polos.
Por que os polos de cinema brasileiro são importantes?
A importância desses polos se manifesta em diversos aspectos:
- Pluralidade narrativa: Em primeiro lugar, eles trazem sotaques e histórias locais autênticas.
- Economia regional: Em segundo lugar, geram emprego, renda e novos negócios no setor cultural.
- Fortalecimento cultural: Finalmente, impulsionam salas de cinema (hoje são 3.509 no país) e incentivam festivais.
Neste 19 de junho, celebramos o Dia Nacional do Cinema Brasileiro e, consequentemente, seus polos de produção como motores vitais do nosso setor audiovisual. Ainda que São Paulo e Rio se mantenham centrais, é inegável que Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, interior paulista e Niterói mostram que a pluralidade que define nosso cinema precisa, imperativamente, dessas múltiplas vozes, histórias e territórios.
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