Com obras que misturam memória, cotidiano e mitologia, novos nomes se destacam na cena literária brasileira

O Prêmio Sesc de Literatura de 2025 divulgou seus três ganhadores da edição de 2025 nesta quinta-feira (28). O grupo é formado por escritores da Bahia, de São Paulo e de Minas Gerais. As obras vencedoras foram selecionadas entre 2.451 inscritas, sendo 684 delas romances, 599 contos e 1.168 de poesia.

A categoria de melhor romance ficou com o paulista Marcus Groza, enquanto a de melhor livro de contos ficou com o baiano Abáz. Por fim, o mineiro Leonardo Piana venceu na categoria de melhor livro de poesia. Os três são estreantes nas suas categorias, mas já apresentam técnica afinada para narrar uma história.

Detalhes da premiação

Os autores premiados publicarão os seus livros pela Editora Senac Rio, além de receber R$ 30 mil cada um. A cerimônia de premiação ocorrerá no fim deste ano e os vencedores participarão de eventos promovidos pela instituição ao longo de 2026. Além da venda em livrarias físicas e virtuais, os livros serão distribuídos em escolas e bibliotecas do Sesc em todo o Brasil.

Abáz, Marcus Groza e Leonardo Piana são os três vencedores| Crédito: PublishNews

De acordo com reportagem do O Globo, a gerente de cultura do Departamento Nacional do Sesc, Veronica Tomsic, comentou sobre a importância do prêmio em nota divulgada. Ela destaca como a iniciativa busca revelar e valorizar novos escritores nacionais, fomentar a cultura e formar novos leitores.

Um dos concursos literários mais tradicionais do país, o Prêmio Sesc de Literatura existe desde 2003 e revelou nomes destacados da ficção nacional, como Luisa Geisler e Tobias Carvalho, além dos recentes Bethânia Pires Amaro e Airton Souza.

Sobre os livros vencedores

Em “Goiás”, romance de estreia de Marcus Groza, o autor entrelaça a memória, a crítica social e a poesia para construir sua trama. O protagonista é um cachorro caramelo – figura presente no imaginário popular do Brasil –, que funciona como um emblema de resistência. Ainda, o cachorro simboliza alegria e dor diante da crescente devastação ambiental e humana. Além de escritor, Groza é poeta, dramaturgo, professor e encenador.

Já em “Massaranduba” , primeiro livro de Abáz, a tragédia e a comédia se alternam para retratar o cotidiano das periferias. Nessa obra, a violência dialoga diretamente com o afeto e a fé. Professor da rede municipal de São Paulo, o autor estreia com uma coletânea de contos que aposta na oralidade e na força das pequenas histórias que ecoam nas margens da cidade.

Por fim, Leonardo Piana fez sua estreia na poesia com “Escalar cansa”. A obra se inspira na mitologia grega, recuperando mitos ancestrais para falar de identidade, resistência e memória familiar. O escritor já foi duas vezes vencedor do Prêmio Cidade de Belo Horizonte. Além disso, ele é conhecido pelos romances “Sismógrafo” (2022), que foi finalista do Prêmio Jabuti e do São Paulo de Literatura, e “Tarde no planeta” (2025).