O ditado “filho de peixe, peixinho é” cabe perfeitamente para Tina Romero, diretora de “Queens of the Dead“, que é ninguém mais, ninguém menos do que filha de George A. Romero, o pioneiro dos filmes de zumbi. Assim como Romero inovou ao dirigir “A Noite dos Mortos-Vivos“, Tina trilha um caminho semelhante, recriando a narrativa dos filmes de zumbi sob uma nova perspectiva.

O filme, que une terror e comédia, foi exibido ao público em 7 de junho de 2025, durante o Festival de Cinema de Tribeca. Desde então vem recebendo avaliações positivas em sites como Rotten Tomatoes e Metacritic, conquistando notas em torno de 70/100. Esse reconhecimento reforça o favoritismo que rendeu a “Queens of the Dead” o prêmio Audience Award — Narrative First Place. Assim destacando a força da narrativa sob a ótica do público.

A trama acompanha um grupo diferenciado de drag queens e club kids. Que em um show em um galpão no Brooklyn, em Nova Iorque, se deparam com o início de um apocalipse zumbi. Em meio ao caos, o grupo precisa superar conflitos pessoais para unir forças e sobreviver ao ataque dos mortos-vivos.

A produção conta com Katy O’Brian (Love Lies Bleeding), Margaret Cho (All That We Love) , Brigette Lundy-Paine (Atypical) e Cheyenne Jackson (American Horror Story), além de Nina West, Jaquel Spivey, Tomás Matos, Quincy Dunn-Baker e Becca Blackwell. Shaunette Renée Wilson, Dominique Jackson, Riki Lindhome e Eve Lindley completam o elenco.

Além da direção, Tina Romero também assina o roteiro ao lado de Erin Judge. A produção ficou a cargo da Vanishing Angle, em colaboração com a Shudder.

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Queens of the dead faz homenagem ao pai do terror de zumbi

Queens of the dead
Reprodução/ Divulgação

Em entrevista à Entertainment Weekly, Romero contou que, apesar de seu pai — falecido em 2017 — não ter conhecido a versão final do filme, George apoiou a ideia e incentivou a filha.

“Ele disse: ‘Eu adoro isso! Corra com isso. Vá em frente'”, relembrou. “Infelizmente, ele não chegou a ler o roteiro completo, porque levei cerca de sete anos para desenvolvê-lo. Ele passou por muitas versões ao longo dos anos — mas eu tive sua bênção”, confirmou.

No longa, Tina fez homenagens ao trabalho do pai, com a participação de Tom Savini e Gaylen Ross incluindo a cena metalinguística “Esses não é um filme de George A. Romero.

Entretanto, as homenagens não são os principais destaques da produção. Outro aspecto importante é a representatividade, visto que a trama aborda a temática queer, jogando zumbis em pleno show de drag. De acordo com a entrevista de Tina Romero a EW, a ideia surgiu por um manifesto sobre a comunidade LGBTQIAP+ depois uma das promotoras de um evento saiu para abrir um rival.

“O promotor original publicou este manifesto questionando: ‘Quando a comunidade queer vai parar de devorar a sua própria comunidade?’ E isso me atingiu como um raio. Eu pensei: ‘Meu Deus! É assim que eu quero explorar o gênero zumbi neste mundo da vida noturna queer.'” explicou.

Por fim, Tina Romero criou um novo subgênero, zumbi queer, dessa forma atraindo um novo olhar para o gênero que seu pai iniciou.