Em “Mosaico: 120 Contos de Fadas” a escritora Zélia Brandão traz as principais características das fábulas clássicas. O livro é dividido em 120 contos, onde cada um traz a continuação do anterior. Para quem aprecia esse gênero, é uma boa opção de leitura com uma história central que acaba por revelar várias outras.
Uma família real com um rei valente, uma rainha sábia e uma princesa destemida. Do mesmo modo, dragões que, ao invés de assustar, são grandes amigos. A construção dos diversos personagens é um dos pontos mais interessantes, uma vez que todos têm uma história que se conecta. Apesar de a família do rei ser o foco da narrativa, o enredo principal não se desenvolve sem os demais. Como se espera nas fábulas, a moral é o principal.
Os conflitos pelos quais os personagens passam sempre terminam com uma lição ou um ensinamento. O livro é repleto de frases de sabedoria que mostram que os melhores sentimentos, assim como a amizade, lealdade, honestidade e valentia, são aqueles que nos garantem um final feliz. Em relação ao texto, a linguagem é clara e objetiva e a história é de fácil compreensão. Os contos geralmente têm duas páginas, com algumas exceções.
Enredo Principal
Para tentar explicar de forma breve, a história começa quando um navegante se torna rei. A partir daí começamos a conhecer a história do “Reino das Luzes”. O rei se casa com uma jovem donzela que se torna a Rainha e eles têm uma filha, a princesa Adeline, uma das personagens principais da narrativa.
O primeiro conto traz a chegada do rei e a história continua nas fábulas seguintes. No decorrer da narrativa, os anos passam. Surgem as dificuldades comuns nas fábulas. A família do rei é obrigada a lidar com a maldição de uma bruxa contra a princesa, uma invasão onde os inimigos tomam o trono do rei, e vários outros desafios.
Mas o principal é como esses problemas e desafios nos levam a uma compreensão das emoções. O grande dragão é temido por causa da sua da lenda de que os dragões são seres perigosos. Porém, ao provar ser um dragão de paz, ele se torna amigo e aliado do rei. A amizade entre a Princesa Adeline e o Dragão Tuinã é uma das melhores partes do livro, onde ao crescerem juntos, eles se tornam grandes amigos.
Tuinã também é o maior aliado da princesa quando ela precisa. Outra história interessante é das irmãs fadas Lucinda e Lunfina. Lunfina tomada pela inveja pela irmã, se torna uma terrível bruxa. No entanto, a amizade e o carinho de Tuinã mostram que ela ainda tem um pouco de bondade, pode voltar a ser uma fada. São inúmeros personagens, por isso, é impossível falar de cada um. Porém, é importante ressaltar que todos trazem ao final de suas histórias um ensinamento para todos nós.
Impressões sobre o livro
“Mosaico” relembra como é bom ler uma fábula. Na infância todos nós passamos pela experiência de ler uma história repleta de reis, rainhas, princesas, dragões e fadas. Imaginar como seria vivenciar essas aventuras, e criar o cenário na nossa imaginação, é um dos resultados da leitura. Apesar de serem muitos contos, o tamanho das histórias e a objetividade não cansam. A partir daí, o leitor pode decidir como será sua rotina de leitura. Se vai ler um conto por dia ou vários de uma vez só.
É importante ressaltar duas características importantes. Primeiramente, a escolha da autora de iniciar quase todas as histórias com “Era uma vez”. Essa escolha talvez seja para o leitor analisar uma história independentemente da outra. Cada história tem o seu valor para o todo. Ao final, quando a autora narra o que a levou a escrever “Mosaico” é possível compreender que a inspiração foi outro livro que trazia 365 “estórias”, para que cada uma fosse lida a cada dia.
Essa é uma boa opção para acompanhar “Mosaico”. Mas, é claro que essa escolha é do leitor. O outro ponto a ser ressaltado são as ilustrações. São desenhos belíssimos, que aparecem em pontos importantes da história. São poucos em relação ao tamanho do livro. Porém, é possível compreender que a autora usou essas ilustrações nos momentos de maior emoção.
Sobre a escritora
Zélia Moreira Brandão é escritora e musicista. É flautista e trabalha com música cênica desde 1984, sendo a autora dos próprios espetáculos. Atua como solista, assim como convidada, em várias Orquestras e grupos de Música de Câmara.
Ela é docente do Conservatório de MPB de Curitiba. Zélia começou a escrever fábulas, inspirada pelas histórias que contava para a filha antes de dormir. “Mosaico: 120 Contos de Fadas” é seu segundo livro. Ela também escreveu “O Cachorro e a Pulga”.
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