A obra “Potencial para matar”, de Hannah Deitch, foi lançada este ano pela editora HarperCollins. Dessa forma, o livro possui 50 capítulos e é narrado, em alguns momentos, em terceira pessoa e, em outros, na perspectiva da personagem principal.

Nesta história, conhecemos Evie Gordon, uma mulher que cresceu acreditando que teria um futuro brilhante. Entretanto, ela vê sua vida mudar completamente ao estar no lugar errado, na hora errada.

Potencial para matar

Evie cresceu como uma garota prodígio, sempre com as melhores notas e escutando que era a melhor. Por isso, ela sempre acreditou que o futuro lhe aguardava algo grandioso, em qualquer profissão que escolhesse. O que ela não imaginava é que nada do que planejou se tornaria real, e após muitos perrengues, ela se torna professora particular de famílias ricas em Los Angeles.

Assim, ela passa seus dias em uma rotina tediosa e sonha em conseguir mudar seu destino. Entretanto, sua vida muda completamente ao chegar à casa de uma de suas alunas e encontrar seus pais brutalmente assassinados. Ela pensa em fugir daquela cena imediatamente, no entanto, encontra uma mulher amarrada e ferida em um armário e, acreditando que a moça estava em perigo, a leva consigo. Porém, há um problema: a mulher, além de misteriosa, se recusa a falar qualquer coisa.

Juntas, elas embarcam em uma jornada pelos Estados Unidos, em uma fuga sob o olhar da mídia, que as transformam em manchete, e angustiante para o leitor. Com isso, Evie percebe que a única chance de se livrar do pesadelo que a sua vida se tornou é encontrar o verdadeiro assassino. 

Com humor cortante e uma narrativa de tensão constante, o livro questiona as promessas da meritocracia. Assim, o leitor é levado a questões como: com mérito e esforço, podemos realmente “virar alguém”?, além de como essa narrativa pode se tornar uma armadilha quando o mundo privilegia o espetáculo e o sucesso imediato. 

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Impressões sobre o livro

Se a proposta da autora era, realmente, escrever um suspense, ela acabou se perdendo um pouco. Entretanto, a história não deixa de ser interessante por isso. A Evie é uma protagonista supercomplexa porque ela não é só uma pessoa boa, ou só uma pessoa má. Ela vivia a sua vida da maneira mais normal possível até que, do dia para a noite, tudo muda em um piscar de olhos, o que faz o leitor refletir sobre o que faria se fosse colocado na mesma situação. 

Já Jae, a mulher misteriosa, é uma personagem mais profunda. No início, a gente não sabe nada sobre ela e vai descobrindo conforme a história acontece. Durante toda a jornada, a gente acompanha o desenvolvimento da relação das duas personagens de uma forma muito peculiar, pois elas saem de completas estranhas para uma relação mais próxima. Porém, Jae possui um passado e esconde segredos, que têm o poder de mudar todo o rumo da sua relação com a Evie.  

Um ponto negativo da obra é que o plot twist é completamente previsível, mas é interessante a forma que a autora trouxe isso na narrativa. Todo o caminho que elas enfrentam é super legal de acompanhar, principalmente, toda a aventura e ação que as duas enfrentam. O final também é surpreendente, então vale a leitura deste thriller que também oferece ao leitor algumas boas risadas.

Sobre a autora

Hannah Deitch é tutora de pré-vestibular com um mestrado em Inglês pela UC Irvine, onde ela estudou a teoria Marxista e cultura pop contemporânea. Além disso, é ex editora de revista de artes e possui um mestrado em jornalismo pela University of Southern California (USC).

Imagem capa: Adaptação | HarperCollins/Redes Sociais (Instagram/@hannahdeitch)

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