Por trás de todo homem, tem uma grande mulher encaixa em “As Maldições” da Netflix

A minissérie “As Maldições” estreou em 12 de setembro na Netflix e conquistou o TOP 10, ocupando o quinto lugar na primeira semana. Baseada no livro homônimo de Claudia Piñeiro, publicado em 2017, a série argentina mergulha nas intrigas do poder estrelado por Leonardo Sbaraglia. Com direção de Daniel Burman e Martín Hodara, a produção ainda tem no elenco, Mónica Antonópulos, Alejandra Flechner, Gustavo Bassani e Francesca Varela.

Na trama, durante o momento mais importante da carreira de um governador, a filha dele desaparece. Agora, ele terá que escolher entre a política ou a segurança de sua família.

Conheça a trama de “As Maldições”

A trama central gira em torno do sequestro da filha do governador (Francesca Varela), no momento mais importante de sua carreira política. Tudo isso acontece em meio a uma votação decisiva sobre uma lei de exploração de lítio. À medida que a investigação avança, eles são surpreendidos ao descobrir o verdadeiro culpado, e as motivações para o crime são reveladas, divulgando uma série de segredos ocultos. Em meio ao caos de sua vida pessoal e profissional, o governador (Leonardo Sbaraglia) precisa escolher entre a política e a segurança de sua família.

Sem spoilers a trama já têm o suficiente para atrair atenção do público, família e política são partes da vida de qualquer pessoa. Principalmente, em um momento em que a política se torna palco de desavenças familiares e de discussões acaloradas no mundo todo.

Esse gancho, por si só, faz com que as pessoas queiram conhecer a história todo, que como na vida real mexe com a vida da sociedade e muitas vezes expões esquemas e segredos. No caso de “As Maldições” tudo isso acontece, quando Zoe, filha de Fernando, governador da argentina, não retorna da natação. O que parecia ser um sequestro devido o homem ser uma figura poderosa, com inimigos, acaba se tornando algo maior.

Em primeiro momento, pensam se tratar de algo orquestrado por fora, mas conforme a narrativa se desenvolve, se descobre que a pessoa por trás do sequestro de Zoe é alguém de confiança. O sequestro acontece, quando uma votação importante está prestes a entrar em pauta. Chamada pelos personagens como a Lei das Águas, onde o governo deseja que a votação sobre a exploração de lítio que pode deixar muitas cidades sem água.

Portanto, quando investigam a fundo, descobrem que Román Sabaté quem sequestrou Zoe e pretende usá-la como barganha para aprovar a lei.

Cena de "As Maldições"
Cena de “As Maldições” Crédito: Reprodução / Netflix

Segredos familiares e corrupção política

Os principais personagens da trama são o governador e sua família, sua filha Zoe (Francesca Varela), sua mãe Irene (Alejandra Flechner) e sua falecida esposa Lucrécia (Mónica Antonópulos). Fernando, é rodeado por mulheres e elas quem costumam ditar as regras em torno de sua vida e também sua carreira. Dessa forma, o roteiro desenvolve essas relações e também como elas estão entrelaçadas para que a história aconteça.

Em seus três episódios a minissérie mostra fragmentos da história, que juntos ajudam a desvendar a teias de mistérios criada desde o primeiro segundo. A direção traz cenas sóbrias que mantém uma tensão constante, e seus diálogos, não entregam tudo de cara. Por isso, é em cada episódio que descobrimos as motivações de cada personagem, e como cada um está envolvido no caos que se torna disputa.

Por um lado, vemos Fernando, como um pai preocupado, por outro descobrimos, que ele mesmo pode ter se colocado nesta posição. No entanto, aos poucos vemos como Irene, sua mãe, está no comando de cada movimento direto ou indireto de sua carreira. Desse modo, o personagem acaba descobrindo coisas com o público durante cada cena e cabe somente a ele, tomar uma decisão para que desfaça o rastro de destruição ou não.

Leonardo Sbaraglia, Gustavo Bassani e Francesca Varela em "As Maldições"
Leonardo Sbaraglia, Gustavo Bassani e Francesca Varela em “As Maldições” Crédito: IMDb

Produção, elenco e roteiro

Com uma produção atraente, “As Maldições” as cenas foram rodadas em San Salvador de Jujuy, um grande contraste entre as cenas fechadas nos escritórios políticos, e mansões. Assim como as paisagens montanhosas, salares e vilarejos coloniais. A ambientação, mostra um isolamento geográfico, mas também pode retratar o isolamento emocional dos personagens tanto compreender cada acontecimento.

O Roteiro construiu a narrativa de forma não lienar, porém com a divisão em três atos, como são nomeados cada episódio, é possível compreender cada acontecimento e ligar os fatos. Enfim, o elenco que tem grandes nomes do cinema argentino consegue convencer o público, criando assim simpatia e antipatia na mesma medida. Dito isso, os personagens possuem uma complexidade, atriz Francesca Varela, traz uma maturidade a personagem, que mesmo com a pouca idade consegue compreender o que estava em sua volta.

Sbaraglia, por sua vez, faz um trabalho excelente trabalho, como governador, sua atuação polida, matinha a incógnita necessária de seu personagem, assim não entregando o quanto conhecia do esquema da família. Algo que sólido nas atuações em geral, que iriam aos poucos mostrando quem era quem.

Vale a pena assistir “As Maldições”

Intriga, conflitos, relações familiares e corrupção política em um único roteiro bem estruturado e com uma direção que sustenta sua história, com certeza vale, a pena. “As Maldições” consegue prender atenção do início ao fim e entrega inúmeras reviravoltas, você não irá se arrepender. Por fim, caso você não seja um fã de tramas políticas, nesse caso, não é para você. Mas, vale reforçar que a trama da série é muito mais que isso.

Crédito da imagem de capa: Divulgação/ Netflix