De uma abordagem interessante, mas sem grande impacto. Para um ponto de virada acelerado
A decisão do Disney+ de lançar dois episódios de Demolidor: Renascido ao mesmo tempo pode ter surpreendido os espectadores. Embora seja comum iniciar uma temporada com um duplo episódio, repetir essa estratégia no meio da trama parece uma tentativa desnecessária de compensação. Ainda assim, cada capítulo merece uma análise separada. Então vamos as review de Demolidor: Renascido “Com Juros” / “Força Excessiva“.
Episódio 05 – Com Juros (With Interest)
Episódios autônomos, muitas vezes chamados de “episódios de garrafa”, costumam ser criativos e cativantes. Séries renomadas já exploraram esse formato com maestria, como Breaking Bad (Fly) e Community (Cooperative Calligraphy). “Com Juros” segue essa linha ao colocar Matt Murdock no meio de um assalto ao banco durante o St. Patrick’s Day. A trama funciona bem, mas carece da criatividade esperada para esse tipo de narrativa.
A presença de Yusuf Khan, pai da Ms. Marvel, conecta a série ao MCU de forma sutil e coerente. Além disso, a menção ao dinheiro de Vanessa Fisk adiciona contexto à temporada. No entanto, o episódio perde a oportunidade de criar tensão real. O tom descontraído de Murdock ao lidar com os assaltantes reduz a sensação de perigo, tornando a situação mais previsível.
A direção de Jeffrey Nachmanoff consegue explorar bem o espaço do banco, mas a resolução da trama ocorre rápido demais. A falta de consequências mais profundas enfraquece o impacto do episódio, que poderia ter sido muito mais memorável. “Com Juros”, apesar das tentativas de esconder, mostra alguns do problemas que ainda permanecem na história de Demolidor: Renascido.
LEIA TAMBÉM: Review | Demolidor: Renascido – Sic Semper Sistema (Sic Semper Systema)
Episódio 06 – Força Excessiva (Excessive Force)
Se a pergunta for “O Demolidor deveria ter voltado com seu traje neste episódio?”, a resposta é não. Mesmo assim, “Força Excessiva” entrega um capítulo intenso e envolvente, embora o retorno de Murdock à sua identidade heroica pudesse ter sido melhor construído.
O episódio introduz um vilão sinistro, um grafiteiro serial killer que usa sangue humano em suas obras. A descoberta desse detalhe desencadeia uma sequência de eventos rápida demais. Em poucas cenas, revela-se um grande esquema envolvendo desaparecidos, um assassino em série e uma força policial anti-vigilantes liderada por Wilson Fisk. A velocidade com que tudo se desenrola prejudica a imersão na narrativa.
Apesar disso, a luta entre Fisk e Adam, paralela ao embate de Murdock contra Muse, é um dos grandes momentos do episódio. A brutalidade desses confrontos reflete a essência sombria da série, ainda que sem a intensidade visceral da versão da Netflix.
O maior problema de “Força Excessiva” é sua pressa. O retorno do Demolidor poderia ter sido mais grandioso, com maior impacto emocional e narrativo. Ainda assim, o episódio cumpre seu papel ao estabelecer um novo rumo para a temporada. Resta saber se essa reviravolta será bem aproveitada ou se perderá força nos próximos capítulos.
Para mais textos e notícias do universo geek sigam o GeekPop News no Instagram e Facebook.
