Wilson Fisk prefeito e um Demolidor, praticamente, aposentado
Quase sete anos após a terceira temporada de Demolidor na Netflix, o icônico herói cego da Marvel Comics retorna para uma aguardada série solo. Depois de breves aparições em Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, Eco e Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha, Matt Murdock está de volta. Como os dois primeiros episódios de Demolidor: Renascido foram lançados simultaneamente, cada um receberá uma análise separada, garantindo uma abordagem individual e sem influências externas.
A grande pergunta é: Demolidor: Renascido (Born Again) está à altura da icônica série da Netflix? Julgando apenas o primeiro episódio, a resposta é que a nova produção, agora sob o comando total da Marvel Studios e supervisionada por Dario Scardapane, ainda tem muito a evoluir para atingir o patamar anterior. Comparar com a versão da Netflix é complicado, pois essa é considerada uma das melhores séries de super-heróis já feitas. O padrão estabelecido é extremamente alto, e talvez seja mais justo avaliar a nova produção como um recomeço.
Um novo status quo para Matt Murdock

O primeiro episódio estabelece um novo status quo de forma impactante. O atentado mortal de Benjamin “Dex” Poindexter, o Mercenário (Wilson Bethel), contra Franklin “Foggy” Nelson (Elden Henson) na frente de uma atônita Karen Page (Deborah Ann Woll) desencadeia uma sequência de luta brutal entre o vilão e Demolidor (Charlie Cox). Essa cena reintroduz Foggy e Karen apenas para removê-los da trama, com Foggy morto e Karen mudando-se para São Francisco, marcando um ponto de transição. Assim, a série busca manter elementos do passado, mas também sinaliza que essa é uma nova fase para o personagem.
Apesar da intensidade da cena inicial, sua execução deixou a desejar. O uso excessivo de CGI no Demolidor, a falta de impacto dramático na morte de Foggy e a coreografia da luta resultaram em um plano-sequência mal montado. A direção de Aaron Moorhead e Justin Benson manteve o estilo visceral da série original, mas a edição fragmentada comprometeu o efeito de continuidade da luta. A tentativa de um plano-sequência memorável acabou se tornando um festival de cortes desnecessários, enfraquecendo a experiência.
Além disso, a decisão de mostrar Demolidor matando Mercenário, apenas para depois revelar que ele sobreviveu, esvazia o peso da ação e torna a desistência de Murdock do manto do Demolidor algo superficial. Isso diminui o impacto da perda de Foggy e enfraquece a trama.
A Ascensão de Wilson Fisk e Vanessa

No arco de Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), a narrativa se desenvolve de forma mais interessante. Sua esposa, Vanessa (Ayelet Zurer), assume seus negócios e se revela como a nova Rainha do Crime. A dinâmica entre o casal adiciona tensão à trama, enquanto a jornada de Fisk rumo à prefeitura de Nova York promete ser um dos pontos altos da série.
O embate verbal entre Murdock e Fisk em um Diner é o momento mais marcante do episódio. A atuação de D’Onofrio e Cox eleva a cena, transmitindo uma tensão palpável entre os personagens, que parecem conter a todo momento seus instintos violentos. Esse momento reforça o que faz do Rei do Crime um dos melhores vilões do universo Marvel.
O primeiro episódio de Demolidor: Renascido apresenta um recomeço ambicioso, mas que ainda precisa encontrar seu tom. Embora traga boas ideias e momentos impactantes, sua execução apresenta falhas, principalmente nas sequências de ação. No entanto, o arco de Wilson Fisk e a promessa de um desenvolvimento mais profundo para Murdock mantêm a expectativa viva.
Resta torcer para que os próximos episódios consigam consolidar essa nova fase do Demolidor, equilibrando o respeito ao legado da série da Netflix com a identidade da Marvel Studios.
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