Nova temporada de “Dexter: Ressurreição” mistura nostalgia e novos vilões marcantes, marcando a volta da franquia à boa forma

Dexter: Ressurreição trouxe de volta um dos serial killers mais conhecidos da atualidade na ficção. A série revisita o universo do assassino em série que conquistou fãs ao longo de décadas.

Michael C. Hall (Safe) retorna ao papel-título com intensidade. Mesmo após os anos e mudanças, sua versão de Dexter continua a carregar o mesmo fascínio pelo público.

Desta vez, a presença de Harrison (Jack Alcott) ganha maior profundidade. A relação entre pai e filho é explorada de maneira mais intensa, oferecendo camadas emocionais que tornam a narrativa mais rica.

Peter Dinklage e Jack Alcott em Dexter Ressureição
Peter Dinklage e Jack Alcott em Dexter Ressureição | Crédito: Zach Dilgard/Paramount+

As atuações de destaque não ficam apenas na dupla central. O elenco de apoio contribui com força: Uma Thurman (Batman e Robin), David Zayas (Bloodline) e Peter Dinklage (Game of Thrones) se integram à trama com papéis sólidos, que somam em diferentes momentos ao ritmo da série. Juntos, eles reforçam a atmosfera de tensão e emoção que sempre caracterizou a franquia.

Dexter entre o monstro e o homem

Outro elemento que continua a humanizar Dexter é, sem dúvida, sua vida em família. Desta vez, ele se aproxima de uma nova rede de apoio, formada pelo motorista de aplicativo Blessing Kamara (Ntare Mwine) e seus parentes, que oferecem suporte em momentos cruciais.

Apesar de seu passado sombrio e da inevitável dualidade que o acompanha, ainda assim há momentos em que o espectador quase esquece que está acompanhando um serial killer.

Essa ambiguidade, já conhecida pelos fãs, retorna com força, demonstrando, ao mesmo tempo, que o personagem continua a caminhar na tênue linha entre o monstro e o homem comum.

Cena de Dexter Ressureição
Cena de Dexter Ressureição | Crédito: Reprodução/IMDB

Novos assassinos, antigos rostos e um ciclo que se fecha

Um dos grandes atrativos da temporada está nos novos serial killers apresentados. Krysten Ritter (Jessica Jones) surge como a sedutora Dama Vingança, Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother) dá vida ao inquietante Colecionador de Tatuagens, Eric Stonestreet (Modern Family) encarna o aparentemente comum, mas perturbador, Rapunzel, e David Dastmalchian (O Esquadrão Suicida) impressiona como o(s blasé Gemeni.

Cada um entrega atuações marcantes, que poderiam ter sido ainda mais exploradas antes de seus desfechos. O gosto de “quero mais” permanece, e há chances de que pelo menos um desses personagens pode retornar em futuras temporadas.

O fator nostalgia também teve papel central. Diversos personagens antigos marcaram presença: desde rápidas participações, como C.S. Lee (Vince Masuka), Desmond Harrington (Joey Quinn), John Lithgow (Trinity), Christian Camargo (Brian Moser) e David Magidoff (Teddy), até presenças mais duradouras, como David Zayas (Angel Batista) e James Remar (Harry Morgan).

O público pode ter sentido falta de Debra Morgan, mas Jennifer Carpenter já havia declarado que não voltaria ao papel, afirmando estar satisfeita com o ciclo da personagem e atualmente focada em sua atuação em 1923, prequela de Yellowstone.

Falando em Batista, seu desfecho foi um dos pontos mais emocionantes da temporada. A morte do personagem não apenas fecha um ciclo de 20 anos de sua trajetória, como também adiciona camadas de impacto e emoção ao arco final.

Ao mesmo tempo, abre a possibilidade para que outros detetives de Miami retornem em participações futuras, ampliando a conexão da série com sua própria história.

Peter Dinklage e Michael C. Hall em Dexter Ressureição
Peter Dinklage e Michael C. Hall em Dexter Ressureição | Crédito: Zach Dilgard/Paramount+

Mistérios em aberto e um final que remete às origens

O último episódio trouxe uma revelação aguardada: a identidade do Estripador de Nova York. O nome Don Framt, revelado por Leon Prater, surpreendeu mais pelo vazio de informações do que pelas respostas.

Até aqui, significa pouco, mas aponta para um arco que promete ser central nas próximas temporadas. Ao longo dos episódios, esse assassino foi citado como alguém que atormenta famílias das vítimas com telefonemas cruéis, sempre reabrindo feridas antigas. Agora, ele deve ganhar maior destaque no futuro da franquia.

Apesar de tantas novidades, o que mais chama atenção no desfecho de Dexter: Ressurreição é a sensação de retorno às origens. De alguma forma, a narrativa leva o protagonista de volta ao ponto inicial, resgatando o espírito das primeiras temporadas e recuperando o tom que consolidou a série como referência no gênero. Essa conexão com o passado, somada ao ritmo intenso e às novas possibilidades abertas, consolida o retorno da franquia à boa forma.

No balanço geral, Dexter: Ressurreição entrega uma temporada que equilibra nostalgia, novos personagens marcantes e um desfecho que prepara terreno para o futuro.

Ainda que algumas tramas tenham ficado em aberto ou pouco desenvolvidas, a construção narrativa mostra fôlego renovado. O resultado reafirma o potencial da série em se reinventar.

Imagem de capa: Reprodução/IMDB