No último sábado (02) foi ao ar o segundo episódio especial, que faz parte das comemorações de 60 anos de Doctor Who. Aqui está a nossa crítica de Doctor Who: Wild Blue Yonder (A Imensidão Azul).
Apesar do episódio “A Fera Estelar” dividir bastante opiniões do fandom, com uns adorando muito e outros não curtindo tanto. Sendo o início das comemorações de 60 anos, era esperado algo do nível das comemorações de 50 anos. Porém, acabou sendo entregue uma história totalmente diferente, mas que ao mesmo tempo agradou a todos pela melhora da última era.
Já começa pelo nível de expectativas que o trailer do episódio colocou, diversas teorias pelos fãs foram surgindo até a estreia. Mas, mesmo com diversas teorias sendo criadas, a realidade é que o episódio conseguiu entregar algo totalmente novo, com uma temática já batida na série. Aqui vemos toda a genialidade que Russel T Davies coloca em seus roteiros, trabalhando em tema muito recorrente no universo da série, mas com uma dinâmica totalmente diferente dos anteriores.
O vazio do universo
Após os acontecimentos finais de “A Fera Estelar” no qual Donna acaba derrubando café na TARDIS e isso acaba estragando ela. Assim, a nave segue viajando pelo tempo e espaço, caindo na Inglaterra em 1666 e conhecendo Isaac Newton. Rola uma piadinha entre Doutor e Donna com Newton, porém desse encontro o nome “gravidade” acaba sendo entendido errado por Newton e acaba se tornando “mavidade“. Pode não parecer importante, mas ao decorrer do episódio essa mudança parece ter interferido na história e vemos os personagens dizendo “mavidade”.
Depois deste breve encontro, Doutor e Donna acabam chegando em uma nave desconhecida. Para piorar a situação, a TARDIS necessita de reparos, já que está bastante danificada. Colocando a nave para ser reparada com a chave fenda sônica, os dois decidem ir explorar a nave e percebem o quão grande ela é. Enquanto exploram a nave, existe alguma coisa os observando, mas também acontece a partida da TARDIS, por conta do seu mecanismo de defesa e assim, os dois ficam presos nessa imensidão azul.
Neste momento vemos o quanto esses personagens amadureceram ao longo dos anos, na qual os dois mesmo querendo culparem um ao outro, não fazem. Então, só resta descobrir o que está acontecendo nesta nave totalmente vazia e onde ela está. A trama carrega esse mistério e horror espacial, onde parece que não existe respostas e apenas mais perguntas. As poucas coisas que eles descobrem, parecem não fazer sentido com o que ocorreu na nave e ao mesmo cria mais dúvidas que as iniciais. Além disso, os vilões são um charme a parte do episódio e com certeza, são um dos mais assustadores que a série apresentou.
Além do vazio do universo
Quando embarcamos nesse mistério e ir juntando as peças para saber o que está ocorrendo naquela nave, descobrimos que ela está sem sinais de vida. Porém, existe os Não-Coisas, seres que vivem no vazio do fim do universo e que assumem a forma daqueles que querem se alimentar. O episódio deixa todo esse ar de mistério em cima das criaturas, não explicando muito sobre quem eles são, mas mostrando que os mesmos aprenderam muito com os conflitos do universo.
Enquanto isso, vemos todo o jogo mental que as criaturas fazem com Doutor e Donna, para parecerem que são os verdadeiros. O jogo mental que eles fazem com os personagens, os fazendo duvidar de que estão diante do seu verdadeiro amigo, algo absurdamente bem trabalhado aqui. Todos os méritos aqui vão aos atores David Tennant e Catherine Tate, eles souberam trabalhar bem com essa dualidade de papéis, entregando assim uma atuação fenomenal. Ambos sabem trabalhar bem juntos e com isso tiram o melhor um do outro.
Aqui também vemos todo o peso que o Doutor carrega, após metade do universo ser destruída nos eventos do Fluxo. Algo que o showrunner anterior tentou, mesmo que tenha sido muito mal escrito, colocar na 13ª Doutora. Vemos que o 14º Doutor sente toda essa perda e como isso o afeta, além claro, dos mistérios sobre ser uma Criança Atemporal, talvez o maior mistério de toda a franquia.
Além disso, vemos que tipo de Doutor é esse 14º, alguém que pensa muito rápido e que precisa enfatizar suas descobertas para todos. Algo que se torna um problema no episódio, porém, ainda sim é parte de sua característica como Doutor. Algo parecido com sua versão de 10º Doutor, mas com um certo tom de amadurecimento e entendimento da situação que o Doutor aprendeu ao longo dos anos.
Vale a pena?
A resposta para essa pergunta é sim, mas com algumas ressalvas. Por exemplo, por se tratar de uma continuação direta do episódio “A Fera Estelar“, esse episódio deve ser assistido o primeiro. Senão, ficará com dúvidas sobre alguns acontecimentos de “A Imensidão Azul”, além disso o episódio pede que seja assistido na ordem de lançamento e não assistido a qualquer momento.
Outro ponto que pode ser difícil para aqueles que não viram a era da 13ª Doutora, é que os acontecimentos dessa era afetam o 14º Doutor. Vemos alguém que carrega uma culpa enorme, pelos eventos que o Fluxo causou no universo. Além claro de não descobrir quem ele é de verdade, isso o machuca tanto que não consegue se abrir nem com sua melhor amiga. Realmente, algo que RTD conseguiu fazer melhor que Chibnall, em questão de roteiro e personagem.
Porém, o episódio consegue ser muito bom e ao mesmo tempo tem suas pitadas de horror e terror, que não víamos a muito tempo na série. Os vilões são um show a parte do episódio, grande parte deles serem assim são as atuações de David Tennant e Catherine Tate. Ambos os atores carregam esses personagens e os tornaram algo a ser lembrado na franquia. Em resumo, Doctor Who: Wild Blue Yonder (A Imensidão Azul) conseguiu entregar um ótimo episódio e ao mesmo tempo, um ótimo crescimento dos personagens antes da despedida deles.
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