Uma promessa ambiciosa e, em boa parte, o resultado corresponde
Surpreendentemente, depois de um período prolongado em acesso antecipado, Mortal Sin saiu oficialmente como versão 1.0 em 29 de agosto de 2025. Mortal Sin está entre um dos roguelikes mais brutais e sangrentos da atualidade. O jogo do desenvolvedor independente Nikola Todorovic, combina ação caótica, combate corpo a corpo intenso e um estilo visual ousado que remete a histórias em quadrinhos.
Assim, cada golpe pode ser a diferença entre a glória e a morte, um erro é fatal, e a autoconfiança em excesso tem uma punição sem piedade.
Desde sua chegada em Acesso Antecipado em 2023, Todorovic trabalhou lado a lado com a comunidade para reconstruir praticamente todo o jogo. Labirintos simples deram lugar a cenários ricos em detalhes. De acordo com o desenvolvedor, houve uma reformulação no sistema de combate com novas animações, e os inimigos ganharam IA e movimentação mais sofisticadas. Além disso, itens, classes, combos e habilidades foram redesenhados para entregar uma experiência mais profunda, recompensadora e viciante.
História e jogabilidade

Embora a história em si não seja o foco principal, o apelo de Mortal Sin está no ciclo de combate, progressão e morte/reinício. O game coloca você em um cenário de fantasia sombria/ação brutal, onde cada corrida é uma nova masmorra gerada proceduralmente, repleta de inimigos grotescos, sangue e violência explícita. O tom é mais “hack & slash com horror” do que narrativa profunda. Há uma progressão de classes, armas, habilidades e um “chefe final” que conclui a história nesta versão 1.0.
Mortal Sin oferece um sistema de combate em primeira pessoa centrado em golpes corpo-a-corpo (espadas, foices, armas diversas), combos, impactos violentos e presença de armas de longo alcance em menor escala. A versão final revisitou e reestruturou quase todos os elementos, com novas animações, IA inimiga melhorada, ambientes mais detalhados, classes e habilidades reprojetadas.
O combate entrega uma sensação de “cada acerto importa”, com combos visuais vistosos, mortes brutais e feedback gráfico e sonoro que ajudam a reforçar a hipótese de que se trata de uma experiência mais “hardcore” do que casual. A curva de aprendizagem é mais alta. Eu gostei bastante da jogabilidade e dos efeitos dos personagens morrendo.
Rejogabilidade, roguelike e conteúdo

Como roguelike, Mortal Sin aposta em geração procedural de níveis, múltiplas classes, armas variadas, quests aleatórias e ambientes escondidos que incentivam voltar para mais. Isso confere um bom valor de replay, cada sessão pode variar bastante.
Por outro lado, existe pouca variedade de biomas, e poderia ter mais tipos de inimigos, talvez mais refinamento no sistema de progressão com uma curva de dificuldade mais suave.
Enquanto eu jogava Mortal Sin, não consegui evitar as comparações com Skyrim, principalmente nas primeiras horas. A sensação de estar perdido em corredores sombrios, empunhando uma espada e ouvindo o eco metálico dos golpes, me trouxe uma nostalgia absurda. A diferença é que, aqui, o mundo não te dá tempo para respirar. Se em Skyrim a exploração era contemplativa, em Mortal Sin ela é pura sobrevivência. A física dos golpes, o peso das armas e até o jeito que a iluminação corta a penumbra me lembraram bastante o clima das masmorras nórdicas de Tamriel, só que filtrado por uma lente muito mais grotesca e brutal.
Visual, som e desempenho

Visualmente, Mortal Sin se destaca com um estilo gráfico de história em quadrinho misturado com violência contínua, paletas de cores alternativas, e uma atmosfera carregada de tensão. É muito divertido ver o efeito das criaturas sendo despedaçadas e o sangue jorrando. A sonoplastia e trilha sonora acompanham o ritmo com batidas, sons de impacto e ambiente opressivo. A combinação torna a ambientação convincente.
Em termos de desempenho, a versão final está bem otimizada, porém, em máquinas mais fracas o desempenho pode ser pior. Isso é comum em jogos com geração procedural e muitos efeitos visuais.
Vale a pena jogar Mortal Sin?
Sim, para o público certo. Se você gosta de jogos com ação brutal, combate de corpo-a-corpo, roguelikes e está disposto a encarar desafios, certamente Mortal Sin entregará uma experiência bastante recompensadora. Para quem procura algo mais relaxado, mais foco em narrativa ou menos exigente, talvez seja bom esperar ou ajustar expectativas.
Mortal Sin está disponível na Steam.
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Crédito da capa: Divulgação Nikola Todorovic