Um clube de cinema, um romance entre amigos. Os primeiros episódios da série Film Club acabaram de chegar no Filmelier+ e prometem entregar drama, comédia e romance enquanto cada episódio aborda a temática de um filme clássico. Será que o formato funciona?
A produção, estrelada e escrita por Aimee Lou Wood (“Sex Education”, “The White Lotus“), conta a história de um clube de cinema. O pequeno grupo se reúne semanalmente para assistir a um filme, brincar e debater sobre a obra cinematográfica. Porém, quando um dos membros decide se mudar de cidade por conta de um emprego novo, a dinâmica muda.
Alien: o começo da história
Os primeiros segundos da série são intensos, mas logo descobrimos que, na verdade, era apenas a realidade misturada com a imaginação de Evie (Aimee Lou Wood). A protagonista vive com a mãe e a irmã e está preparando um cômodo da casa para a próxima sessão do clube de filme com seus amigos.
A família dela trata o grupo como um tipo de seita, mas também apoiam e sabem da importância dele na vida da jovem. Afinal, após um tempo de tela, descobrimos que a imaginação fértil da protagonista está ligada com algo que aconteceu há alguns meses. E o clube é a única coisa que a deixa animada em meio ao pânico de sair de casa.
Não demora muito para conhecermos Noa (Nabhaan Rizwanem), advogado e integrante fiel do clube de filme. Em meio a referência cinematográficas, Noa e Evie discutem por meio de uma ligação telefônica sobre a vida amorosa do homem. A dinâmica deles deixa claro que são confidentes e que existe uma parceria intensa entre eles, deixando o telespectador curioso para descobrir mais sobre a amizade deles.
Por outro lado, percebe-se que a família de Evie e o namorado dela não possuem tanta liberdade de comunicação com ela. Kam (Arian Nik) talvez seja a única outra pessoa com quem a jovem parece ter uma relação de cumplicidade, mas fica nítido logo no primeiro episódio que a ligação entre ela e Noa é a mais especial e diferente.
Quando o advogado conta que vai se mudar de cidade, a informação cai como um balde de água fria para Evie. E é a partir dessa confissão que vemos uma tensão surgir. Os atores fazem um belo trabalho ao transmitir o desconforto, as inseguranças e o medo do desconhecido através dos olhares e das feições.
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O Mágico de OZ: o clube vai além de uma “brincadeira”
O segundo episódio veio para reforçar duas coisas: existe algo que vai além da amizade entre Evie e Noa e a jovem passou por uma situação grave recentemente. Enquanto temos a mãe da protagonista tentando sair de casa e se divertir um pouco com uma vizinha, temos Evie tentando provar que a mudança de cidade do amigo não está lhe afetando.
A escolha de mostrar para o telespectador a forma lúdica como a mente dela funciona serve para compreendermos como ela pensa e sente. Desde o primeiro episódio – seja quando vemos a dificuldade dela de sair na rua ou o jeito com o que a mãe se preocupa intensamente com ela – fica claro que Evie passou por um trauma e está se recuperando. A forma como a cabeça dela funciona, criando cenários imaginários, serve como um tipo de escudo para o pânico.
No novo episódio são apresentados novos personagens que fazem parte do clube e o telespectador pode compreender como é a dinâmica quando tem mais gente por perto. Inclusive, temos uma cena de flashback que prova que a conexão entre Noa e Evie existe há bastante tempo ( e talvez o sentimento que vai além da amizade também).
A ansiedade de Evie fica aflorada no segundo episódio e suas emoções traspassam as palavras. O roteiro é bem construído, a ponto de deixar o telespectador preso a história, sendo possível fazer conexões sobre os acontecimentos apresentados. Um ponto que merece destaque especial é que fica nítido que Josh (Adam Long) e Evie não possuem uma conexão forte. Sendo assim, fica fácil torcer para que Noa chegue a tempo para assistir ao filme com o grupo.
O que esperar dos próximos episódios de “Film Club”?
No início, a história pode parecer confusa, mas o roteiro faz um ótimo trabalho ao conseguir contextualizar todos os personagens em um curto espaço de tempo. A história não fica apenas focada na dinâmica de Evie e Noa, mas aproveita para abordar um pouco da trama de Suz (Suranne Jones), mãe da protagonista, e de Izzie (Liv Hill), irmã de Evie.
Existe um equilíbrio entre o romance crescente entre os protagonistas, o drama vivido pela jovem que não consegue sair de casa e a comédia – Suz serve como um alívio cômico com seu jeito espalhafatoso. Fica a sensação de que ela vai abordar ainda temáticas mais sérias, porém, temos que esperar os novos episódios para saber qual rumo a história vai seguir.
Uma certeza é que os próximos episódios estarão recheados de referências cinematográficas. Pode ser ambientação, falas dos filmes ou até mesmo referência a personagens – como Noa falando de Elle Woods, de Legamente Loira. Afinal, a produção se chama “Film Club” – ou seja, clube de cinema.
Com cerca de 30 minutos de duração, os primeiros episódios de “Film Club” já estão disponíveis no Filmelier+. Os próximos episódios serão lançados semanalmente na plataforma de streaming.
Imagem de capa: IMDb
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