Na semana passada falamos sobre um psicológico com um toque de sobrenatural que fez bastante sucesso no ano passado. Hoje falaremos sobre um clássico cult do terror dos anos 90, que mistura lenda sobrenatural com uma boa dose de gore e efeitos práticos: O Mestre dos Desejos (Wishmaster).
O Mestre dos Desejos é um filme de 1997 e marcou época ao combinar elementos clássicos do terror sobrenatural com a mitologia oriental. No filme somos apresentados à uma criatura sobrenatural, o djinn, que é um gênio maligno que realiza desejos de forma distorcida e destrutiva.
A produção do filme é de Wes Craven, criador da franquia Pânico e A Hora do Pesadelo. Já a direção foi de Robert Kurtzman, especialista em efeitos visuais que fez sua estreia na direção.
Estrelam o filme Andrew Divoff no papel do vilão Djinn/Nathaniel Demerest e Tammy Lauren como Alexandra Amberson. Robert Englund aparece como Raymond Beaumont, enquanto Chris Lemmon vive Josh Aickman e Tony Crane interpreta o detetive Nick Merritt. Jenny O’Hara faz a professora Wendy Derleth, Ari Barak atua como o segurança Etchison e Joseph Pilato assume o papel de Mickey Torelli.
O filme ainda conta com participações especiais de nomes lendários do terror como Kane Hodder (Jason Voorhees), Tony Todd (Candyman) e Reggie Bannister (da franquia Phantasm). Completam o elenco Ricco Ross, Dan Hicks e Verne Troyer.
A história de O Mestre dos Desejos
A narrativa de O Mestre dos Desejos se inicia na Pérsia, em 1127. Após formular seu segundo desejo ao Djinn (Andrew Divoff) que era ver “maravilhas”, o imperador assiste ao palácio se transformar num pandemônio de dor e horror. A entidade o incita a completar o terceiro desejo, mas o feiticeiro Zoroastro (Ari Barak), empunhando uma opala de fogo, profere um encantamento que aprisiona o Djinn dentro da gema. A gema então é escondida dentro de uma estátua.
Séculos depois, o colecionador Raymond Beaumont (Robert Englund) e o assistente Ed Finley (Ted Raimi) recebem no cais uma caixa gigantesca contendo uma estátua de Ahura Mazda. Entretanto, o operador de guindaste (Joseph Pilato) derruba a carga, que acaba matando Ed e libertando a pedra preciosa. Um estivador encontra a opala e a penhora, desencadeando sua jornada até a avaliadora de arte Alexandra Amberson (Tammy Lauren).
Quando Alex analisa a joia, acaba soltando o Djinn. Ele deixa a joia com seu amigo de infância, o técnico Josh Aickman (Tony Crane), cujo laboratório explode, levando-o a desejar não sentir dor. No necrotério, o Djinn assume o rosto de Josh e parte em busca de Alex, decidido a arrancar-lhe três desejos para que sua raça demoníaca possa dominar a Terra. A protagonista, porém, investiga a origem da gema e da estátua de Ahura Mazda. Ela consulta Beaumont, cuja coleção inclui até a estátua do demônio Pazuzu e reúne pistas cruciais para enfrentar a entidade.
Uma produção com efeitos práticos e muitas referências
Certamente, como era de se esperar de um diretor com formação em maquiagem e efeitos especiais práticos, o filme aposta forte em cenas visualmente impactantes. As mortes são criativas, os efeitos de transformação corporal remetem à estética de filmes como Hellraiser e A Coisa, e o clima visual remete ao terror dos anos 90, com cenários escuros, névoa e sangue em profusão.
O elenco de O Mestre dos Desejos é um verdadeiro presente para os fãs do terror. A produção está repleta de participações especiais e referências ao gênero. A narração de abertura é de Angus Scrimm da franquia Fantasma. Além disso, o ator Reggie Bannister da mesma franquia também faz uma breve aparição.
Ted Raimi, irmão do diretor Sam Raimi de A Morte do Demônio surge em uma cena marcante assim como o lendário maquiador e ator Tom Savini de Dia dos Mortos.
Participam ainda Kane Hodder, um dos intérpretes de Jason Voorhees (Sexta-Feira 13), Tony Todd de Candyman, Ricco Ross de Aliens, o Resgate e Joseph Pilato de (Dia dos Mortos). Sem contar a participação mais que especial de Robert Englund, o eterno Freddy Krueger como o colecionador Raymond Beaumont. Ainda em tempo, Andrew Divoff de A Criatura do Cemitério dá vida ao aterrorizante Djinn. O roteiro, assinado por Peter Atkins, colaborador frequente da franquia Hellraiser, ainda brinca com o universo do terror ao nomear personagens com sobrenomes inspirados em autores do gênero (como Beaumont e Finney).
Curiosidades
- Algumas cenas do filme foram mostradas em cultos e programas de igrejas utilizando a imagem do Djinn como o próprio demônio. Mais especificamente, é utilizada uma cena do cassino de O Mestre dos Desejos 2 (1999), para mostrar o que a ganância pode fazer com as pessoas.
- A mesma estátua do filme O Exorcista aparece no filme. A estátua do demônio Pazuzu aparece na coleção de Raymond Beaumont (Robert Englund).
- A cena da explosão no laboratório em que Josh faz seu pedido foi feita com bonecos animatrônicos, látex, gelatina e sangue cenográfico. Ela levou quase dois dias para ser gravar com todos os detalhes gore que a cena exige.
- O Djinn não pode forçar ninguém a desejar algo. Ele só manipula e distorce o que as pessoas dizem. Isso o torna uma entidade ainda mais assustadora, pois ele age como um advogado infernal com cláusulas ocultas.
- A frase: “From the mind of Wes Craven… a new master of horror is born.” (Da mente de Wes Craven… nasce um novo mestre do terror.) estava na promoção do filme.
- A maquiagem do Djinn durava horas para ficar pronta.
- A trilha sonora é de Harry Manfredini, conhecido pelo seu trabalho em Sexta-Feira 13.
Agora que sabe um pouco mais sobre o filme, bora assistir?
Por fim, O Mestre dos Desejos está disponível gratuitamente no Film+.
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