Quando se fala em sexta-feira 13, o imaginário popular costuma associar a data diretamente a Jason Voorhees e à icônica franquia norte-americana. No entanto, o cinema brasileiro também carrega ótimos exemplares do gênero, capazes de provocar sustos, tensão e reflexões profundas. E nenhum nome representa melhor esse legado do que José Mojica Marins, o eterno Zé do Caixão.
O terror clássico de José Mojica Marins
Considerado o mestre do horror nacional, Mojica criou um personagem sombrio, cruel e filosófico que marcou gerações. Entre suas obras mais importantes, por exemplo, duas se destacam:
À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964): Primeiro filme de terror genuinamente brasileiro, acompanha Zé do Caixão, um coveiro obcecado pela ideia de gerar um filho perfeito. A produção é reconhecida mundialmente e, além disso, estabeleceu o terror autoral no país.

Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967): Continuação direta do anterior, o longa mergulha em temas como moralidade, medo e punição, consolidando Mojica como referência do gênero.

Terror no cinema nacional para a sexta-feira 13
Além dos clássicos, o terror nacional vive um momento criativamente notável, com produções que mesclam horror psicológico, gore e críticas sociais. Separamos alguns títulos indispensáveis para quem busca uma maratona fora do óbvio nesta sexta-feira 13:
As Boas Maneiras (2017)
Dirigido por Juliana Rojas e Marco Dutra, mistura conto de fadas sombrio com horror sobrenatural. Na trama, uma enfermeira da periferia de São Paulo aceita trabalhar para uma mulher rica e grávida, mas logo descobre segredos macabros sobre o bebê que está por vir.

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O Animal Cordial (2017)
Sob direção de Gabriela Amaral Almeida, apresenta um thriller tenso e claustrofóbico. Durante um assalto a um restaurante, por consequência, clientes e funcionários se tornam reféns, revelando instintos violentos e segredos obscuros em meio ao confinamento.

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Morto Não Fala (2018)
Baseado no conto de Marco de Castro e dirigido por Dennison Ramalho, acompanha um plantonista de necrotério capaz de se comunicar com os mortos. Assim, os cadáveres revelam segredos perturbadores, levando o protagonista ao limite da sanidade

Morto Não Fala não está disponível para streaming até o momento dessa matéria.
A Noite Amarela (2019)
Dirigido por Ramon Porto Mota, traz um grupo de adolescentes em viagem para uma casa de praia isolada. Com o passar do tempo, fenômenos estranhos e visões ameaçadoras surgem, transformando o passeio em pesadelo.

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Quando Eu Era Vivo (2014)
De Marco Dutra, o filme explora o horror psicológico e familiar. Um homem volta a morar com o pai após perder emprego e casamento. Consequentemente, a casa carrega lembranças da mãe falecida e objetos que desencadeiam acontecimentos sinistros.

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O Clube dos Canibais (2018)
Dirigido por Guto Parente, mistura terror e sátira social. Nesse sentido, a obra revela uma elite brasileira que pratica canibalismo como forma de manter seu status, em um filme repleto de sangue, tensão e crítica.

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Macabro (2019)
Baseado em fatos reais, dirigido por Marcos Prado, narra a história dos irmãos necrófilos de Nova Friburgo, responsáveis por uma série de assassinatos brutais na década de 1990. Dessa forma, o filme combina horror policial e psicológico.

Filme disponível para assistir em casa: Globo Play |Apple TV | YouTube
Abraço de Mãe (2024)
Dirigido por Cristian Ponce, o longa-metragem é ambientado durante uma grande tempestade no Rio de Janeiro em 1996. Na história, a bombeira Ana, interpretada por Marjorie Estiano, e sua equipe precisam evacuar uma casa de repouso prestes a desabar. Contudo, os misteriosos moradores do local parecem ter outros planos, transformando a operação de resgate em um pesadelo claustrofóbico e sinistro. Dessa forma, com atmosfera opressiva e tensão crescente, o filme se destaca por suas referências ao terror clássico e sua ambientação angustiante.

Filme disponível para assistir em casa: Netflix
Por que valorizar o terror nacional?
Ainda assim, embora o gênero tenha enfrentado preconceitos ao longo dos anos, o cinema brasileiro de terror sempre encontrou maneiras de reinventar suas narrativas, dialogando com questões sociais, políticas e culturais. Assistir a essas produções de terror no cinema brasileiro na sexta-feira 13 é, além de uma celebração ao gênero, um ato de resistência e valorização da arte nacional. Portanto, nada melhor do que incluir essas obras na sua próxima maratona de horror e gore, é claro.
Redator em Experiência sob supervisão de Thiago Satiro.
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