A nova adaptação de Tieta, estrelada e roteirizada por Suzana Pires, propõe uma releitura feminina e contemporânea da icônica personagem
Um dos maiores ícones da literatura brasileira, Tieta do Agreste, de Jorge Amado, voltará às telas com uma nova adaptação cinematográfica.
Escrita e protagonizada por Suzana Pires, a produção pretende reimaginar a história sob uma perspectiva mais feminina e atual. A direção ficará a cargo de Joana Mariani, de Todas as Canções de Amor, enquanto a Muiraquitã Filmes, de Eliane Ferreira, assina a produção.

Tieta sob nova perspectiva
Ambientado nos anos 1970, o romance narra o retorno de Tieta à vila fictícia de Santana do Agreste. Ela volta 26 anos após ter sido expulsa por seu comportamento considerado libertino.
Publicado originalmente em 1977, o livro foi adaptado para a televisão em 1989, na clássica novela da Globo estrelada por Betty Faria (O Salvador da Pátria), e posteriormente para o cinema em 1996, com Sônia Braga (Aquarius) no papel principal.
Desta vez, Suzana Pires, conhecida por suas atuações em Tropa de Elite e Casa Grande, não apenas interpreta Tieta, mas também assina o roteiro da produção.
Com mais de duas décadas de carreira como roteirista e três como atriz, Pires promete uma versão da história que valorize ainda mais a complexidade da protagonista. “O objetivo é reimaginar Tieta através de uma lente feminina”, afirma. “Ela é um símbolo de resiliência e liberdade.”

Nova adaptação aposta no embate entre irmãs e no alcance de Jorge Amado
O longa, que terá o título Tieta, vai se concentrar na relação entre a protagonista e sua irmã Perpétua. Segundo a Muiraquitã Filmes, as duas representam arquétipos opostos: liberdade e repressão.
A proposta é explorar esse embate com profundidade emocional e relevância contemporânea, destacando nuances que passaram despercebidas em adaptações anteriores.
A produtora Eliane Ferreira, cujo currículo inclui obras como Querência (2019) e Retrato de um Certo Oriente (2024), ressalta que o novo olhar busca ampliar o alcance de Tieta, aproximando o público internacional de “mais uma grande, complexa e profunda personagem da literatura brasileira”.
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O mundo literário reconhece Jorge Amado, que morreu em 2001, como um dos autores brasileiros mais traduzidos. Ao longo das décadas, suas histórias ganharam vida nas telas em diversas ocasiões, como Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos e Capitães da Areia, este último dirigido por sua neta, Cecília Amado.
Em todas essas adaptações, temas como amor, desigualdade social e identidade cultural serviram como pano de fundo para tramas envolventes e, sobretudo, universais. Agora, o novo Tieta se soma a esse legado, com a proposta de reafirmar a força da personagem como um símbolo duradouro de empoderamento feminino e resistência.
Embora o filme ainda não tenha uma data de estreia confirmada, já desperta grande expectativa. Tanto os fãs da obra original quanto novos públicos aguardam a oportunidade de descobrir, ou redescobrir, a potência narrativa de Jorge Amado, desta vez pelas mãos sensíveis e contemporâneas de uma nova geração de artistas.
Imagem de capa: Gustavo Nogueira
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