The Last of Us é, sem dúvidas, uma das franquias de maior impacto cultural dos últimos 15 anos. Não à toa, o jogo ainda gera debates meia década após o lançamento de seu capítulo final. Essa longevidade não é por acaso: além de ser um grande game de ação, a história de Ellie e Joel é tão rica e complexa que se torna impossível não refletir sobre os temas abordados.
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Inclusive, este mês de abril promete reacender as discussões sobre o jogo. Isso porque, nesta quinta-feira (3) a versão remasterizada da parte 2 chegará aos mercados para PlayStation/PC, enquanto a série retorna à HBO no dia 13.
Os lançamentos estão alinhados por um motivo: a nova temporada é o ponto de partida na adaptação do segundo jogo. Por isso, iremos destrinchar aqui um dos pontos mais importantes de The Last of Us Part II: os dilemas de seus protagonistas.

A decisão de Joel e sua consequência
Cerca de cinco anos após os eventos do primeiro jogo, a relação de pai e filha que Joel e Ellie um dia tiveram dá lugar a uma convivência distante, repleta de mágoas. A origem disso é, claro, a decisão do protagonista de evitar que a jovem fosse sacrificada em prol de uma possível cura.
Esse é um dos muitos momentos em que TLOU subverte as narrativas convencionais de distopias pós-apocalípticas. Joel não é um herói clássico e altruísta, que pagaria o preço necessário para buscar a cura. Ele é, acima de tudo, um sobrevivente de um mundo brutal e perdido. Ao ver que Ellie é sua segunda chance de ter uma família, Joel faz o inimaginável para não perdê-la.
No entanto, a carnificina promovida por ele no hospital dos Vaga-lumes cobra um alto preço. Além de sua decisão se tornar um imenso fardo para Ellie, ela também coloca Abby, filha de uma de suas vítimas, em seu caminho. O que discorre desse encontro é o pagamento de sua dívida, e o ponto de partida da jornada de vingança de Ellie.
Ellie e Abby como dois lados da mesma moeda
Para qualquer um que jogou TLOU, é difícil de esquecer o encontro entre esses três personagens e a escalada de violência em sequência. A partir daqui, Abby e Ellie tomam o protagonismo e o jogo aprofunda ainda mais seus dilemas morais, traçando paralelos entre elas para desafiar a ideia de heroismo em distopias.
As personagens representam dois lados de uma mesma moeda: são pessoas tomadas pelo luto, mas que possuem ideais em comum e acreditam que o que estão fazendo é a justiça. Mesmo assim, uma é a vilã na perspectiva da outra. Como pontua o criador e diretor da franquia: “São personagens com defeitos, que acreditam estar certos, acreditam ser justos, pois é como as pessoas são. Ninguém acha que é o vilão. O herói é questão de perspectiva“.
Não à toa, o jogo faz questão de trabalhar os paralelos entre as duas e não posicioná-las em uma narrativa clichê de herói vs vilão. Tanto Ellie quanto Abby mergulham em uma espiral de violência, mas ainda assim não perdem por completo sua humanidade e são capazes de quebrar esse ciclo. Elas se opõem por conta das circunstâncias, mas não é difícil imaginar que elas poderiam ter sido amigas em outro cenário.
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