Muitos afirmam que a Era de Ouro dos filmes de super-heróis chegou ao fim, especialmente no que diz respeito a Marvel que construiu um universo cinematográfico grandioso e um legado com histórias e personagens icônicos. Nesse contexto, surge Thunderbolts*, a nova aposta do estúdio que já está gerando grande expectativa entre os fãs.
Atualmente, a Casa das Ideias enfrenta uma fase delicada. Após uma sequência de lançamentos considerados medianos, o estúdio decidiu apostar em novas fórmulas e enredos para reconquistar o público que construiu ao longo de mais de 15 anos.
Em vez dos mocinhos, a Marvel propõe algo diferente para o seu universo. Isso é, por que não acompanhar um grupo de anti-heróis e ex-vilões?
Thunderbolts: A mente por trás do grupo de anti-heróis e ex-vilões
O filme vai reunir alguns personagens que o público já conhece. Por exemplo, agora, a condessa Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) fez pequenas aparições recrutando membros para uma equipe (ao estilo Nicky Fury). A primeira vez que ela apareceu no MCU foi nos episódios finais de Falcão e o Soldado Invernal, convidando o Agente Americano (Wyatt Russell) a trabalhar com ela, após o mesmo ser afastado do cargo de Capitão América.
Em seguida, nas cenas pós-créditos de Viúva Negra, a condessa aborda Yelena Belova (Florence Pugh) enquanto visitava o túmulo de sua irmã, Natasha Romanoff. A cena deixa explícito que ambas já trabalhavam juntas assim que Yelena exige um aumento para a sua próxima missão: matar o Gavião Arqueiro.
Já em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, é revelado que Valentina é diretora da CIA e também ex-esposa de Everett Ross (Martin Freeman). Quando ela descobre que Ross estava ajudando secretamente Shuri (Letitia Wright) e os wakandanos, ela o prende por traição.
Por outro lado, o Soldado Invernal (Sebastian Stan) é o personagem mais antigo da equipe no MCU. Com aparições desde o primeiro filme do Capitão América, Bucky Barnes foi responsável por acontecimentos canônicos no MCU. Nos trailers de Thunderbolts* é possível notar que o Soldado Invernal será o elo essencial para unir a equipe de anti-heróis.
Além disso, outros antagonistas compõem a equipe: Guardião Vermelho (David Harbour), Treinadora (Olga Kurylenko) e Ghost (Hannah John-Kamen). O grupo vai operar sob ordens governamentais e em um momento do qual o mundo está desprotegido e sem os Vingadores.
O homem de mil sóis
Existe uma fórmula narrativa que continua despertando a curiosidade do público: a reunião improvável de anti-heróis de caráter duvidoso, forçados a trabalhar juntos para derrotar uma ameaça maior. Deste modo, os desajustados Thunderbolts* colocarão os interesses próprios de lado para protegerem o mundo do Sentinela.
Nos quadrinhos, Robert Reynolds era um homem comum, até o momento em que bebeu um super soro que o transformou no herói Sentinela. Sua força é descrita como “o poder de um milhão de sóis explodindo”. Porém, Robert lida com uma dualidade interna: o Vácuo.
Dentro de Robert vive o Vácuo, uma entidade formada por seus traumas, inseguranças e instabilidade mental. Portanto, o grande dilema do Sentinela é que ele não é somente um herói super-poderoso – ele é também o seu próprio inimigo.
Ou seja, cada vez que o Sentinela salva o mundo, o Vácuo responde com uma ação igualmente destrutiva. Isso faz do personagem uma bomba-relógio emocional e moral, e é considerado um dos mais poderosos nos quadrinhos da Marvel. No filme, Sentinela será vivido pelo ator Lewis Pullman (TopGun: Maverick) e ainda não foi divulgado se haverá mudanças quanto a história original do personagem.

O peso de reconquistar o público
Após várias recepções mornas de filmes como Capitão América: Admirável Mundo Novo, As Marvels e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, a Marvel considera Thunderbolts* como uma oportunidade estratégica para reconquistar um público saturado com as narrativas de super-heróis.
Contudo, nos últimos anos, muitos fãs da Marvel apontam outro motivo para o desânimo e a falta de adesão com os rumos do universo cinematográfico. Assim, para muitos deles, desde o encerramento da Saga do Infinito, com o grandioso Vingadores: Ultimato (2019), o estúdio não demonstra coesão e clareza que guiavam as fases anteriores.
Em outras palavras, antes, cada filme contribuía para um grande quebra-cabeça com um enredo central. Entretanto, hoje, alguns lançamentos dão a sensação de estarem desconectados sem uma direção definida.
Dessa forma, Thunderbolts* encerra a Fase 5 do MCU com a missão de preparar o terreno para projetos muito mais ambiciosos, como o aguardado Quarteto Fantástico e Vingadores: Doomsday. Ao mesmo tempo, também espera-se que o longa possa remendar e costurar as pontas soltas das fases anteriores.
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Portanto, a Marvel também aposta em reconquistar o público oferecendo uma história além de heróis versus vilões. O tom da produção promete ser mais sombrio, com dilemas éticos e decisões difíceis, coincidindo com um público que amadureceu juntamente com a franquia e que hoje busca narrativas mais densas e reflexivas.
Apesar de ser uma estratégia nova para a Marvel, a unir vilões e anti-herois não é uma ideia tão inovadora no mundo dos super-heróis do cinema. Aliás, unir ex-vilões e anti-heróis já foi uma jogada ousada que deu muito errado e depois deu muito certo com a principal concorrente da Casa das Ideias: a DC, com ambos os filmes do Esquadrão Suicida. Na época, O DCU não possuia tanta estrutura quanto o MCU, e a aposta ficou cara na primeira tentativa. Foi somente na segunda tentativa, com James Gunn na direção, que O Esquadrão Suicida acertou o tom, em 2021.

Dessa maneira, há uma aposta em paralelo entre as duas produções, deixando curiosidades na cabeça de todos, e uma expectativa de que Thunderbolts* poderá ter ou não o mesmo sucesso que o concorrente.
Por fim, se dará certo ou não, ainda é cedo para dizer. Mas uma coisa é clara: a Marvel está apostando todas as fichas para se manter no topo. Com direção de Jake Schreier e roteiro de Lee Sung Jin (Treta), Thunderbolts* chega aos cinemas em 02 de maio de 2025.
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