Nas artes, o protagonismo feminino sempre se destaca ao apresentar figuras fortes e determinadas. Assim como Elizabeth Bennet, de Jane Austen, até Jane Eyre, de Charlotte Brontë, a literatura é marcada por mulheres que perseguem seus sonhos e desafiam as convenções sociais. 

Principalmente após o surgimento do feminismo, a literatura passou a dar voz às experiências de resistência femininas. No decorrer do tempo, essas personagens se modernizaram, acompanhando novas tendências e continuando a inspirar em uma sociedade que, apesar dos progressos, ainda impõe obstáculos às mulheres. 

Dessa forma, selecionamos três livros contemporâneos com protagonistas que enfrentam e combatem desafios sociais e julgamentos, refletindo questões ainda presentes em nossa realidade. 

Nesses três livros, essas personagens questionam papéis de gênero, rejeitam expectativas sociais, buscam autonomias, enfrentam violência e o preconceito e desafiam sistemas políticos e sociais. Confira três livros que mostram mulheres que lutam contra o preconceito e a opressão:

“A Cor Púrpura” (1982) de Alice Walker 

A primeira dica é um clássico lançado na década de 1980. Narra a jornada de Celie, uma mulher afro-americana no sul dos Estados Unidos na década de XX. Pela história de Celie, a obra expõe as brutais realidades do racismo e machismo. A personagem sofre nas mãos do padrasto e depois do marido. Até que, ao se libertar, reconhece seu próprio valor, questionando as injustiças. A amizade com a personagem Shug Avery une as mulheres contra a opressão.

“O Ódio que Você Semeia” (2017) de Angie Thomas

Obra recente, conta a história de Starr Carter, uma adolescente negra de 16 anos que vive em um bairro empobrecido, mas estuda em uma escola preparatória de elite. 

Starr testemunha o assassinato de seu melhor amigo de infância, Khalil, que estava desarmado, por um policial branco. Ela sofre pressão de todos (polícia, traficantes, ativistas), enquanto lida com as consequências para sua própria segurança. O livro aborda racismo sistêmico, identidade, família, luto, assim como ativismo social.

“Os Testamentos” (2019) de Margaret Atwood

A história se passa quinze anos após os acontecimentos de “O Conto da Aia”. Desse modo, o livro mostra três perspectivas distintas sobre os segredos e as fragilidades de Gilead. As narradoras são Tia Lydia, Agnes Jemina e Daisy / Nicole. Tia Lydia é uma mulher temida em Gilead, que é a responsável por doutrinar e controlar as aias. 

Ela revela como aconteceu sua ascenção, posição ambígua, inteligência e seus motivos ocultos. Já a jovem Agnes Jemina, cresceu em Gilead como filha de um Comandante. Traz a visão sobre a educação e a rotina das garotas de elite em Gilead. 

Daisy, nascida Nicole, é uma bebê que é contrabandeada no final de “O Conto da Aia”. Devida a sua verdadeira identidade e história pessoal, é levada para a resistência contra Gilead. Portanto, a obra mostra como mulheres em posições e com histórias distintas, lutam para sobreviver em uma sociedade opressora.