Nesta quarta-feira (06), iniciou a Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) na cidade de São Paulo. O evento acontece desde 2018, tendo como proposito dar visibilidade às editoras independentes, autores marginalizados e vozes que muitas vezes não têm espaço dentro da programação oficial de eventos literários maiores.

Originalmente, a Flipei estava programada para ocorrer na Praça das Artes, localizada no centro da capital paulista. No entanto, a programação passou por mudanças de última hora do local, após o cancelamento determinado pelo diretor-geral da Fundação Theatro Municipal. A mudança se deu devido à alegação de conteúdo com cunho ideológico e político na programação do evento. Apesar de ter acatado a mudança do local do evento, a Flipei afirmou que o episódio seria uma forma de censura.

O evento gratuito reúne editoras de pequeno e médio porte de todo o Brasil, promovendo debates, lançamentos, atividades culturais e apresentações artísticas. Tendo sido criada como uma alternativa a grandes feiras comerciais, o objetivo da Flipei é valorizar a produção editorial independente, sendo um espaço para diversas vozes engajadas com questões sociais, politicas e culturais.

A programação atual inclui mais de 40 debates, shows, encontros com autores nacionais e internacionais. A edição de 2025 reforça o compromisso do evento com a liberdade de expressão, bibliodiversidade e protagonismo das editoras independentes,

Programação

Cartaz de divulgação da Flipei. Crédito: Reprodução
Cartaz de divulgação da Flipei.
Crédito: Reprodução

Diante das mudanças, os organizadores batizaram a nova fase de “Plano B – Bunker Blindado”. Logo, anunciaram que as mesas de debate e atividades migrarão para locais ligados à resistência e ao ativismo.

Confira:

Entre os dias 06 e 10 de agosto, os locais irão receber uma programação completa e gratuita, sendo acessível não só ao público adulto como também para o infantil.

O evento conta com shows e mesas de editoras independentes, além de oficinas para crianças. Assim como conversas com nomes de grande destaque, que incluem o ativista Thiago Ávila e a deputada federal Sâmia Bomfim.

Abertura

Logo no primeiro dia, a feira literária iniciou às 15h, no Galpão Cultural Elza Soares. A princípio, a abertura do evento foi marcada por uma conversa entre o historiador israelense Ilan Pappe e o ativista Thiago Ávila, com mediação de Soraya Misleh. Juntos, eles debateram o tema “Genocídio sionista e resistência na Palestina”.

Em seguida, o Galpão Cultural recebeu outros grandes nomes, como Nabil Bonduki e Luana Alves, para debater sobre como a cultura e a literatura independente são capazes de mudar o mundo. Para finalizar, a programação se encerra às 20h, com show do Rincon Sapiência. De acordo com a organização do evento, “a Flipei é uma festa pirata porque recusa o naufrágio cultural imposto pelo conservadorismo neoliberal e pela elitização do mercado, e insiste em construir um espaço de diversidade, crítica e imaginação de outros futuros possíveis.”

Você pode conferir a programação completa dos próximos dias no site oficial do evento.