O escritor e filósofo Edgard Zanette traz em seu novo livro “Café com Caxiri” uma reflexão sobre a pobreza brasileira, desigualdade e invisibilidade social na narrativa que segue uma jornada do Sul ao Norte do Brasil.
O livro lançado pela editora Labrador mescla temas políticos e filosóficos em uma ficção acompanhando o protagonista João em sua busca por autodescobrimento.
Zanette afirma que pensar e contar histórias são formas complementares de entender o mundo. Assim, em sua história, discute a complexidade da desigualdade social, combinando a literatura com a filosofia.
A jornada de “João-Ninguém”
O protagonista João narra majoritariamente das 224 páginas do livro “Café com Caxiri“, se descrevendo como um “João-Ninguém”. Ele foi criado no Sul do país, em Curitiba, por sua avó, empregada doméstica que sofre de Alzheimer, de quem João herdou seus traços indígenas.
Conforme cresce, o garoto se vê marcado pela pobreza e invisibilidade social. Porém, tudo muda quando um segredo familiar vem à tona, levando o “João-Ninguém” em uma jornada rumo ao Norte do Brasil. Assim, a viagem irá fazê-lo reconstruir sua história e então compreender suas raízes.
A obra discute as complexidades da alienação parental, luta de classes, preconceito, identidade e memória, enquanto acompanha o deslocamento físico e emocional de um jovem em busca de pertencimento.
Conheça Edgard Zanette

Radicado entre Paraná e Roraima, Zanette é Doutor em Filosofia pela Unicamp e professor da Universidade Estadual de Roraima (UERR). Além de “Café com Caxiri”, publicou o romance “Assassinato no Monte Roraima” (2023) e os livros “Aprenda Xadrez com os Filósofos” (2022) e “Ceticismo e Subjetividade em Descartes” (2015). Ele é Campeão Brasileiro de Xadrez Blitz (2022), e vê no jogo uma metáfora para a vida e para a literatura.
Suas influências na escrita de “Café com Caxiri” foram pensadores como Platão, Montaigne e Descartes, e escritores como Machado de Assis, Hemingway e Umberto Eco, construindo a obra que combina filosofia e ficção.
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