Alguns usuários da rede social X (antigo twitter) tiveram uma surpresa nessa quarta-feira, com o retorno do acesso em algumas regiões. O relato é que alguns provedores, que haviam bloqueado a rede social após ordem do ministro Alexandre de Moraes, liberaram o acesso. Mas o que houve na realidade foi uma manobra da empresa de Elon Musk, que blindou o acesso à rede com uso de uma tecnologia semelhante a proxy.
Empresas do setor se manifestam sobre retomada do acesso
Segundo a ABRINT, Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações, a rede social mudou a rota de acesso na noite do dia 17, passando a usar uma tecnologia utilizando endereços de IP dinâmicos. A empresa contratada, a plataforma Cloudflare, usa um modelo de IP que poderia, em tese, colocar em risco outros serviços, como de bancos e empresas privadas, caso fosse bloqueado. Isso porque, a Cloudflare compartilha IPs com outros serviços legítimos, de bancos, associações, empresas de mídia, e outras redes sociais.
Em nota, a ABRINT afirma que seus afiliados estão tendo dificuldade no bloqueio do IP da X justamente pela possibilidade de comprometer o acesso a outras empresas e serviços.
Diferente do sistema anterior, que utilizava IPs específicos e passíveis de bloqueio, a nova estrutura baseada no Cloudflare compartilha IPs com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet. Isso significa que o bloqueio de um único IP poderia comprometer o funcionamento de outros serviços cruciais para o ecossistema digital, o que exige uma análise técnica mais aprofundada e orientações claras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A nota afirma que essa mudança na estrutura de IP’s da X coloca as empresas regionais, cerca de 53% do mercado de banda larga, em uma situação delicada. A recomendação é para que seus afiliados esperem um posicionamento da Anatel sobre o assunto. Dessa forma, várias localidades do país voltaram a poder acessar a rede social e fazer suas publicações.
A Cloudflare não se pronunciou sobre o assunto, e a Anatel diz que está avaliando a situação. O STF ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Relembre o caso
No final do mês passado, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a suspensão completa da plataforma X no Brasil. A decisão veio após a rede social não cumprir o prazo de 24 horas dado por Moraes para indicar um representante legal no país. Em resposta, o ministro determinou que o funcionamento da plataforma fosse imediatamente interrompido até que todas as determinações judiciais fossem acatadas. Ou seja, as multas pagas e a identificação de um representante legal, seja pessoa física ou jurídica, fosse feita em território nacional.
Para mais textos e notícias do universo geek sigam o GeekPop News no Instagram e Facebook.