O livro de contos “A Lança de Anhangá” do escritor e doutor em ciências sociais Ricardo Kaate, traz a essência da ancestralidade indígena da Amazônia, assim como ficção científica, horror e fantasia. A floresta não é apenas o cenário, mas sim uma personagem nessa história complexa.

Na narrativa, o mundo acaba diversas vezes, “mas a vida insiste”. Dessa forma, as entidades despertam de um sono profundo para combater a violência no território. Toda a cultura da sociedade amazônica, em meio às disputas político-religiosas, servem de base para todos os contos da coletânea.

Em um dos contos: “A Lança de Anhangá” (escolhido para intitular a coletânea) o personagem principal é Heitor. Ele é um investigador que vive em um Brasil autoritário, comandado pelo Líder Supremo. Heitor começa a investigar o tráfico de crianças indígenas, e entra em contato com um espírito ancestral chamado “Anhangá”.

Esse espírito assombra todos os que cometem crimes ambientais e atacam os direitos humanos da Amazônia. Heitor parte em uma jornada para combater esses crimes, em uma aventura cheia de obstáculos. Assim como os demais, “A Lança de Anhangá” acontece em um Brasil de fantasia, mas debatendo assuntos importantes como o combate à exploração e degradação do meio ambiente.

Discussões importantes, aliadas às lendas e a grandiosa cultura indígena, são o foco do livro. O autor consegue traduzir a riqueza cultural da Amazônia, destacando os povos tradicionais, que há anos sobrevivem a devastação ambiental, a pressão das grandes corporações e ao autoritarismo do Estado.

A Lança de Anhangá venceu o Prêmio Literário Cidade de Manaus. Está disponível para venda no site do grupo editorial Aboio.

Sobre o autor

Crédito: Divulgação

Ricardo Kaate Lima nasceu em Manaus. É mestre e doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Atualmente vive na cidade de Manacapuru, no Amazonas, onde é professor do Instituto Federal do Amazonas. Além disso, é líder do Grupo de Pesquisa Educação e Ciências Humanas na Amazônia.