Foi anunciado pela Academia Sueca, na manhã desta quinta-feira (7), que o escritor romancista tanzaniano Abdulrazak Gurnah, foi o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2021. Segundo a academia, o escritor foi escolhido “por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes.”
Gurnah nasceu em 1948 e cresceu na ilha de Zanzibar. Na década de 1960 chegou como refugiado na Inglaterra. Sua obra é baseada em 10 livros e diversos contos, tendo como elemento principal a temática sobre refugiados.
A Academia Sueca destaca que a relevância do seu trabalho se dá ao fato de uma representatividade necessária: “Seus romances fogem de descrições estereotipadas e abrem nossos olhares para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo”.
O escritor tem 73 anos e também se aposentou recentemente do cargo de professor de Inglês e Literatura Pós-colonial da Universidade de Kent. O livro de maior sucesso, foi o “Paradise”, escrito em 1984 e indicado ao prêmio Booker. O livro conta a história do menino Yusuf, filho de um hoteleiro tanzaniano, que é dado por seu pai a um comerciante, como forma de pagamento de uma dívida.
“Os personagens itinerantes de Gurnah, na Inglaterra ou no continente africano, se encontram entre a vida deixada para trás e a vida que vem adiante. Enfrentando o racismo e o preconceito, mas também se impelindo a silenciar a verdade ou reinventar suas biografias para evitar conflito com a realidade”, comentou o porta-voz da Academia Sueca. “
Pelo segundo ano seguido, por conta da pandemia, o evento não foi feito de forma presencial.