O anime Adachi to Shimamura (ou Adachi and Shimamura, em inglês) é uma adaptação do mangá e light novel homônimo de Hitoma Iruma, do gênero yuri. Com estética leve, a produção apresenta temáticas como slice of life e colegial. Produzido pelo estúdio Tezuka Productions, a série de animação foi ao ar pela primeira vez em 2020, com 12 episódios. O estúdio é conhecido também por outras produções, como Astro Boy, Black Jack e Marvelous Melmo.
A história é focada em duas estudantes do Ensino Médio, Sakura Adachi e Hougetsu Shimamura. Como estudantes do primeiro ano, elas se conhecem por acaso enquanto matam aula, no 2º andar do ginásio da escola. Assim, elas descobrem um hobby em comum: jogar ping pong. Além, é claro, do fato de não ligar muito para as aulas, o que é praticamente um hobby para as duas garotas, já que é mostrado como um hábito bem recorrente (e também um pouco preocupante) entre elas. Entretanto, é o que, , afinal, acaba por aproximá-las.
Interesse romântico: desenvolvimento estilo slow burn
Primeiramente, vamos entender melhor as características de cada uma: Shimamura (Hougetsu) expressa um jeito mais extrovertido na forma de falar, agir e se relacionar com suas colegas do colégi. Além disso, ela também forma um trio ocasional com Hino e Nagafuji, chegando, inclusive, a aparecer em encontros com outras amigas na cidade. Enquanto isso, Adachi (Sakura) é a própria representação dos introvertidos no anime. Vista corriqueiramente sozinha, além de matar aula, a garota falta muito na escola. Isso demonstra seu comportamento antissocial e sua falta de atitude para fazer amizades com seus colegas – pelo menos até ela, casualmente, conhecer Shimamura.
Com uma afinidade crescente entre elas, as personagens compartilham desde momentos de tédio como quando se encontram para jogar ping pong, até conversas filosóficas e profundas a respeito de suas vivências e pensamentos. Esses aspectos do enredo são um ponto forte para cativar a curiosidade do espectador e trazer a identificação.
Ao mesmo tempo em que vão sendo mostrados os traços de personalidade similares e, simultaneamente, distintos entre as duas, também vão surgindo desafios. Assim, a complexidade humana é explorada em várias camadas.
Adachi to Shimamura e a abordagem sobre solidão
O anime tem uma pegada suave em todo o seu conjunto: cores, iluminação e músicas que compõem a trilha sonora. No entanto, apesar da trama se desenrolar regada ao ritmo do cotidiano e acontecimentos comuns da vida real, muitos momentos adquirem profundidade. Dessa forma, expõem a confusão da mente humana, o desafio das relações sociais e os desejos mais sinceros que podem existir dentro de uma pessoa. O medo de relacionar-se e abrir a porta para o outro entrar é algo nitidamente explícito em todo o decorrer da narrativa. Um exemplo disso é uma analogia feita no primeiro episódio, na qual Shimamura divaga sobre suas expectativas e receios quanto a conhecer mais Adachi, comparando sua situação e sensações com o de mergulhar, afundar e ressurgir na água, respectivamente.
Acho que se relacionar é como estar em queda livre. Você continua caindo no vazio, enquanto tudo ao seu redor desaparece. Respirar se torna difícil, e você tenta voltar à superfície. E aí então, você retoma o fôlego com uma inspiração profunda, antes de mergulhar fundo de novo. Se continuar repetindo esse ciclo…
Adachi to Shimamura.
O fim desta fala só descobrimos mais adiante, junto com a personagem. De modo geral, a história é uma boa indicação para quem busca iniciar no gênero yuri e consumir um conteúdo GL (girls love), sem aquela sexualização exagerada, a qual é, infelizmente, comum no mundo otaku quando se trata de representação feminina.
O anime se encontra disponível na Crunchyroll. Gostou do conteúdo? Nos siga nas redes sociais para acompanhar o mundo otaku com quem ama falar sobre ele. Agora, confira abaixo o trailer de Adachi to Simamura:
Ainda não tive a oportunidade de assistir “Adachi to Shimamura”. Apesar do Slice Of Life não ser meu gênero favorito, é bom ver representações LGBTQ+ bem feitas nas produções de anime, que atualmente parecem estar em falta. Enfim, excelente análise, simples e informativa.
Obrigada, Layla! Fico feliz que tenha gostado do conteúdo
Concordo, e esse anime eu considero uma representação bem feita mesmo, é realmente a coisa mais linda! Se você assistir, volta aqui e fala o que achou (: