Nesse dia das mulheres, iremos relembrar uma série tokusatsu que passou aqui no Brasil, trazendo uma garota como heroína e protagonista magica, Patrine.
Primeiramente, a série estreou no Japão em 1990, pela Toei company. A mesma empresa responsável pela maioria das séries japonesas que conhecemos, como Jaspion, Kamen Rider, Changeman, etc. Seu criador é o lendário mangaka, Shotaro Ishinomori, mesmo criador das franquias Kamen Rider e Super Sentai.
Conhecida aqui no Brasil com o titulo Estrela Fascinante Patrine, seu nome original no Japão é Bishōjo Kamen Powatorin (Beleza Mascarada Patrine). O seriado chegou por aqui na extinta Rede Manchete em 1994, lar da maioria dos programas Tokusatsu da época, contudo, estava desde 1991 na “geladeira” da emissora, antes de sua estreia, que ocorreu junto de outra série de sucesso da Toei, Esquadrão especial Winspector.
A história acompanha a jovem colegial Sayuri Nakami (Yuko Murakami no original japonês), que vai a um templo fazer uma oração e acidentalmente quebra um sino, fazendo com que caia na cabeça de um velhinho, no qual era o Deus Protetor, disfarçado. Ele então concede o poder a Sayuri de se transformar em uma super-heroína mágica, para que possa proteger a cidade. Ao falar as palavras mágicas “Magia Cósmica! Metamorfose!”, Sayuri transforma-se na Estrela Fascinante Patrine. O Deus protetor então proíbe ela de revelar sua identidade magica a alguém, sob a pena de ser transformada em um sapo.
Além de seu traje, ela recebe um carro vermelho que possui a capacidade de voar e seu relógio de transformação, permite que ela utilize disfarces rapidamente ao gritar “Mutação”. Para “finalizar” os vilões, ela utiliza um miniatura de carrossel de brinquedo, emitindo uma luz que purifica os malfeitores.
Formato “Diferentão”
Uma característica singular do enredo de Patrine são seus vilões. Ao contrário de Jaspion, Changeman e Kamen Rider, ela não lutava contra monstros e mutantes malignos. Seus inimigos, principalmente os da primeira parte da serie, eram humanos comuns que cometiam crimes, fazendo com que o cenário das batalhas fossem sempre ruas, parques e cidades, fugindo da tradicional pedreira, onde os inimigos eram explodidos nas outras séires Tokusatsu. Outra diferença é que no decorrer da série, ela ganha ajuda de sua irmã mais nova, transformada em pequena patrine. Com os mesmos poderes e assim como ela, não pode revelar sua identidade, sob pena de virar um caranguejo.
Não somente os vilões, mas a série em si era bem diferente do que se via nos outros super heróis japoneses da época aqui no Brasil. Com um enredo bem mais cômico, os personagens não eram tão malignos e violentos, uma proposta em diferente das habituais organizações malignas das series mais conhecidas
Isso se deve ao fato de que Patrine, pertencia a uma outra categoria de Tokusatu, chamada de Toei Fushigi Comedy Series, uma categoria de “comédia pastelão infantil”. E além de Patrine outras series dessa categoria tiveram heroinas como protagonistas, como Thutmose of the Nile (1991), Dairyugujo (1992). Como somente Patrine passou aqui no Brasil, nós não tivemos mais referencias desse formato de série, ao contrário da categoria metal hero (Jaspion, Spielvan) e Super Sentai (Changeman,Flashman). Caso fiquem curiosos, essas séries semelhantes a Patrine podem ser vistas no canal oficial da Toei no Youtube.
Recepção no Brasil
Infelizmente, ao contrário do famoso Jaspion e Changeman, Patrine não alcançou uma boa audiência na Rede Manchete, em entrevista a Resistencia Tokusatsu, Toshihiko Egashira, dono da pela Tikara filmes e Everest, responsável por licenciar a maioria dos Tokusatsu da época. Disse que Patrine foi uma “aposta que não deu certo”, ele acreditava no potencial da série. Principalmente com a audiência para meninas, pois não tinha nada igual na televisão em transmissão na época. Chegou até a adquirir moldes de brinquedos para produção. Contudo, com a baixa audiência, precisou cancelar o projeto, e nenhum brinquedo foi lançado.
O único produto lançado, foram uma coletânea de VHS com alguns episódios da série. Curiosamente colocaram o slogam “Nova rainha dos baixinhos” na capa, uma clara tentativa de aproveitar o sucesso que a Xuxa fazia na época.
Por fim, apesar do fracasso aqui no Brasil, Patrine é uma série importante por focar no público feminino. Mostrando que as mulheres também podiam ser super-heroínas e lutar contra o mal com seus equipamentos bonitos e brilhantes. Sua temática “mágica” pode inclusive ter inspirado o anime Sailor Moon, outro sucesso da mesma época, que passou por aqui também inclusive com a mesma dubladora para as protagonistas, mas isso é assunto para outro dia.
Agora, fique com a nostálgica abertura dublada da série, e um feliz Dia das Mulheres a todas leitoras do portal. “Magia Cósmica! Metamorfose!”
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Fonte utilizada: Tokusatsu.blog.br